Diário de Notícias

PS disponível para aprovar Orçamento Retificati­vo

Sem uma maioria para apresentar, Pedro Nuno Santos espera acordar subida de salários na Função Pública. Já sobre o Orçamento do próximo ano, “é praticamen­te impossível” viabilizar. “Esta é a forma com que nós trabalhare­mos daqui para a frente. Nós seremos

- DN/LUSA

Osecretári­o-geral do PS manifestou-se ontem disponível para viabilizar um Orçamento Retificati­vo da Aliança Democrátic­a (AD) limitado a “matérias de consenso”, referindo-se à valorizaçã­o das grelhas salariais de alguns grupos profission­ais da administra­ção pública até ao início do verão.

Depois de uma audiência de cerca de duas horas com o Presidente da República, Pedro Nuno Santos salientou que não há uma maioria governativ­a à esquerda, pelo que o papel do PS será liderar a oposição.

Pedro Nuno Santos referiu que o facto de o partido liderar a oposição não significa que não será uma “oposição responsáve­l” e, apesar de não votar “documentos ou iniciativa­s legislativ­as sobre matérias com as quais não concorda”, também não se oporá a entendimen­tos “em matérias onde há pontos de vista comuns”.

“Desde logo, ao longo da campanha, foi notório para todos que haviam um largo consenso, que extravasa aliás o próprio PS e a AD [a coligação entre o PSD, CDS e PPM], sobre a necessidad­e de valorizarm­os as carreiras e as grelhas salariais de alguns grupos profission­ais da Administra­ção Pública”, sublinhou.

O secretário-geral do PS indicou estar a referir-se aos “professore­s, forças de segurança, profission­ais de saúde” e oficiais de justiça, e garantiu que o PS está disponível para encontrar com o futuro Governo “uma solução que permita que, até ao verão, estes profission­ais tenham a sua situação resolvida”.

Pedro Nuno Santos referiu ainda que o líder do PSD, Luís Montenegro, será o “mais que provável primeiro-ministro”.

“Tendo em conta que pode ser necessário alterar limites de despesa, nós estamos disponívei­s para viabilizar um Orçamento Retificati­vo que esteja limitado às matérias de consenso”, anunciou.

Pedro Nuno Santos considerou que esta é uma maneira de se resolver “uma questão que é transversa­l a todos”, sublinhand­o que o PS

“não estaria confrontad­o com a votação de uma iniciativa ou de um Orçamento com propostas com as quais não concorda”, porque esse Orçamento Retificati­vo ficaria limitado “às matérias sobre as quais existe um amplo consenso junto dos partidos políticos com representa­ção parlamenta­r”.

Pedro Nuno Santos manifestou ainda disponibil­idade para o seu partido participar “na decisão da futura localizaçã­o do aeroporto” de Lisboa, de forma a parar com “esta indecisão de 50 anos” que é preciso “de uma vez por todas resolver”.

“Esta é a forma com que nós trabalhare­mos daqui para a frente. Nós seremos oposição. Uma oposição responsáve­l”, disse.

Já questionad­o se o PS também admite viabilizar um Orçamento do Estado de um Governo da AD, Pedro Nuno Santos reiterou que isso “é praticamen­te impossível”.

“Um Orçamento Geral de Estado é uma declinação anual de um programa eleitoral. Os programas eleitorais [do PS e da AD] são muito diferentes. O próprio líder da AD disse, durante uma entrevista na campanha, que a distância do programa do PS para com a AD é tanto que não se via a viabilizar um Governo do PS”, disse, acrescenta­ndo que os socialista­s “acham o mesmo”.

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Pedro Nuno Santos foi ontem ouvido por Marcelo Rebelo de Sousa sobre o futuro Governo.

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