Diário de Notícias

Polícia britânica atrás dos atacantes de Ana

- TEXTO ISABEL LARANJO

Oatentado que tentou vitimar a princesa Ana, filha da rainha Isabel II de Inglaterra, e o marido, Mark Phillips, continuava a dominar a primeira página do DN, depois de no dia anterior ter sido uma das principais manchetes. Afinal, o atacante, que crivou o carro onde seguia o casal de balas, teria cúmplices. “A Polícia Britânica procura os prováveis cúmplices do criminoso que atacou a princesa Ana e o marido”, podia ler-se, em título. “Junto ao automóvel do terrorista foi encontrada uma carta dirigida à rainha, pedindo um resgate de dois milhões de libras. O autor do atentado não dá mostras de perturbaçõ­es mentais.” Entretanto, as autoridade­s identifica­ram e apresentar­am o principal suspeito a tribunal. “O suspeito, Ian Bali, de 26 anos, foi hoje conduzido, algemado, por dois guardas perante um magistrado londrino”, podia ler-se. Ao mesmo tempo, o superinten­dente-chefe dos detetives, Roy Ranson, afirmava: “Estamos a tentar localizar os seus cúmplices e é imperativo que um inquérito minucioso seja efectuado nesse sentido, e para isso torna-se necessário um acesso fácil ao acusado.”

À época, era natural racializar as notícias. Por isso não é com espanto que uma das chamadas de primeira página se refira a uma “desordem entre ciganos”, aquilo que hoje poderia ser considerad­o racista. “Nos subúrbios de Viseu: Trágica desordem entre ciganos causou um morto e muitos feridos. Teme-se pela vida de alguns hospitaliz­ados.” A notícia prosseguia: “Uma desordem de ciganos, ontem ocorrida nas imediações desta cidade, transformo­u o caminho do Moinho de Vento numa autêntica batalha campal, usando os contendore­s pistolas, punhais, navalhas e, ao que parece, também uma catana.” Tudo terá acontecido, noticiava o DN, “com uma questão entre duas famílias, que envolvia a difamação de uma rapariga”.

Ainda na primeira página do DN de há 50 anos, uma grande fotografia mostrava Vénus a “desaparece­r” por detrás da Lua. E, naquela altura, o flagelo dos acidentes de viação era ainda maior do que nos nossos dias. Por isso, o DN tinha uma rubrica intitulada “Sangue no Asfalto”. Neste dia, houve lugar a chamada de primeira página, com a foto de um automóvel completame­nte destruído após ter sido abalroado por uma camioneta.

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