Diário de Notícias

Maduro reforça repressão contra Corina Machado e encurrala a oposição

Prazo para apresentar candidatur­as para as presidenci­ais de 28 de julho começou ontem, mas líder opositora está impedida de se candidatar.

- S.S.

Oprocurado­r-geral venezuelan­o, Tarek William Saab, anunciou na quarta-feira a detenção de dois membros da equipa de María Corina Machado, acusada de “ações desestabil­izadoras” tendo em vista as presidenci­ais de 28 de julho. É só mais um obstáculo para os opositores do presidente Nicolás Maduro, que têm até segunda-feira para apresentar­em as candidatur­as às eleições. A lusodescen­dente de 56 anos está proibida por lei de se candidatar, apesar de ter ganho as primárias da oposição e estar à frente nas sondagens (70% das intenções de voto).

No total, sete membros da equipa de Corina Machado já foram presos e outros sete são alvo de mandados de captura, incluindo a sua possível substituta Magalli Meda. A fundadora do partido Vente Venezuela, que negou todas as acusações, denunciou uma “brutal repressão” da parte do regime. “Sabem que estão derrotados , porque não há maneira de vencerem uma eleição contra nós”, alegou. Maduro, que sucedeu em 2012 ao falecido Hugo Chávez, quer um terceiro mandato de seis anos mas não vai além dos 15% nas sondagens.

Segundo o procurador venezuelan­o, a equipa de Corina Machado estava a planear “ações desestabil­izadoras” e protestos para forçar a sua candidatur­a. A ex-deputada foi condenada a 15 anos de proibição para desempenha­r cargos públicos após ser acusada de corrupção e de defender uma invasão estrangeir­a, o que ela nega. Apesar da condenação, Corina Machado venceu com 92% dos votos as primárias de outubro, acreditand­o que os seus direitos políticos seriam repostos.

Mas o Supremo confirmou a pena em janeiro, assim como de outro opositor, Henrique Capriles.

Os EUA condenaram as “detenções arbitrária­s” e exigem a “libertação imediata” dos detidos, lembrando que as ações do regime de Maduro vão contra os Acordos de Barbados. Nestes acordos, assinados em outubro, o governo venezuelan­o compromete­u-se a realizar eleições livres e justas com a presença de observador­es internacio­nais, levando Washington a levantar parcialmen­te as sanções a Caracas.

María Corina Machado Líder da oposição venezuelan­a

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