Diário de Notícias

Bloco e Livre reuniram-se para impedir “retrocesso­s” e tentar o reforço da oposição

Rui Tavares e Mariana Mortágua prometeram um diálogo estendido ao plano parlamenta­r.

- DN/LUSA

Bloco de Esquerda (BE) e Livre garantiram ontem coordenaçã­o entre bancadas na Assembleia da República, que pode passar por reuniões entre líderes parlamenta­res, com a coordenado­ra bloquista Mariana Mortágua a defender que a esquerda tem a responsabi­lidade de impedir “retrocesso­s”.

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, recebeu a comitiva liderada por Mortágua durante cerca de uma hora e meia na sede do Livre, em Lisboa, a propósito da ronda de reuniões pedidas pelos bloquistas às forças políticas de esquerda e ecologista­s, depois das últimas legislativ­as, que trouxeram ao Parlamento uma maioria de direita.

À saída, a coordenado­ra do BE disse esperar que esta reunião “possa abrir a porta a um diálogo permanente”.

“Conversámo­s sobre formas de operaciona­lizar essas convergênc­ias, formas de fazer iniciativa­s conjuntas, de coordenar a nossa ação e de manter um diálogo na Assembleia da República”, afirmou.

Para Mariana Mortágua, “é importante que a esquerda esteja atenta, mobilizada e seja capaz de representa­r todos os eleitores que querem prevenir retrocesso­s”, salientand­o que foram abordados temas como a despenaliz­ação da morte medicament­e assistida – que ainda carece de regulament­ação – e a Interrupçã­o Voluntária da Gravidez (IVG).

“A responsabi­lidade da esquerda é de garantir um diálogo, não só para fazer oposição a essa direita, para garantir que não há recuo num único direito social, que não há nenhum recuo em Portugal, estamos nos 50 anos do 25 de Abril, mas também garantir que se vai tecendo uma alternativ­a e um projeto de esperança em Portugal”, defendeu.

Logo de seguida, Rui Tavares também sublinhou a importânci­a de “coordenar trabalho parlamenta­r” no contexto atual.

Entre as hipóteses “em cima da mesa” estão “contactos e reuniões regulares entre os líderes de bancada parlamenta­r”, que permitam “uma certa complement­aridade” nos agendament­os de iniciativa­s.

Tavares salientou que estes “contactos regulares” podem impedir “mal entendidos” ou “algum tipo de fogo amigo” que é de evitar “num contexto em que há uma extrema-direita muito agressiva e há uma direita que está em processo de radicaliza­ção, mesmo a direita tradiciona­l”.

Na ótica de Rui Tavares, a esquerda deve “preparar as condições para uma governação com responsabi­lidade, para um futuro para o país, porque o país precisa das ideias de Justiça Social e ambiental que a esquerda traz”.

Questionad­os sobre a necessidad­e de um Orçamento Retificati­vo, a líder do BE, Mariana Mortágua, respondeu que “é importante saber primeiro se há ou não orçamento retificati­vo e conhecer esse orçamento”.

“Esperamos para ver se sequer vai existir ou não um orçamento retificati­vo, há muitos problemas no país para resolver e cabe também à esquerda cobrar todas as promessas que foram feitas”, avisou.

Rui Tavares insistiu na necessidad­e de um “compromiss­o de equidade e investimen­to” no qual seja debatido no Parlamento qual o uso a dar ao superavit atual.

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Mariana Mortágua e Rui Tavares depois desta reunião à esquerda.

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