Diário de Notícias

Martínez a uma vitória de igualar a sua melhor série de vitórias seguidas

No comando de Portugal são já 11 triunfos consecutiv­os, menos um do que alcançou ao comando da Bélgica, entre março de 2019 e agosto de 2020. Terça há jogo na Eslovénia.

- TEXTO NUNO FERNANDES nuno.fernandes@dn.pt

Um percurso completame­nte imaculado ao comando da seleção nacional. Tem sido assim a era Roberto Martínez, que leva 11 jogos sempre a vencer (toda a fase de qualificaç­ão para o Euro 2024 e ainda o particular com a Suécia) e um registo de golos muito consideráv­el – 41 marcados e apenas quatro sofridos. Terça-feira, no particular com a Eslovénia, o técnico espanhol pode igualar a sua melhor marca de sempre, as 12 vitórias consecutiv­as alcançadas ao serviço da Bélgica.

Entre 21 de março de 2019 e 8 de agosto de 2020, ao leme da seleção belga, Martínez somou 12 jogos só com vitórias. A campanha de sucesso apanhou toda a qualificaç­ão para o Euro 2020 (10 partidas) e ainda mais dois triunfos na Liga das Nações. O ciclo vitorioso acabou quebrado num particular diante da Costa do Marfim (1-1), com um golo convertido de penálti perto do fim.

É esta marca que o selecionad­or persegue agora, no jogo de terça-feira em Liubliana, onde colocará em campo uma equipa completame­nte diferente da que goleou anteontem a Suécia (5-2). Bernardo Silva, Rúben Dias, João Palhinha, Nélson Semedo, Toti Gomes, Rafael Leão, Bruno Fernandes e Gonçalo Ramos deixaram o estágio e entram Diogo Dalot, João Cancelo, Danilo Pereira, Otávio, Rúben Neves, Vitinha, João Félix e Cristiano Ronaldo.

No dia em que foi apresentad­o, Martínez deu precisamen­te o exemplo da Bélgica. “O que é importante é a seleção ser sempre competitiv­a. A Bélgica esteve 28 jogos invicta em grandes torneios. Portugal tem de competir sempre, tem de ser uma equipa moderna, ter flexibilid­ade técnica e aproveitar ao máximo o talento dos jogadores, ser uma equipa que tenha talento com bola e sem bola”, disse, deixando logo ali vincado uma das suas ideias: “Não acredito em sistemas, acredito em seres humanos que jogam futebol, e em ser taticament­e flexível, nunca forçar um talento para se adaptar a um sistema.”

E existem de facto semelhança­s entre o percurso da Bélgica e de Portugal sob o efeito do treinador em fases de qualificaç­ão. Além das vitórias consecutiv­as, em ambos os casos as seleções marcaram muitos golos e sofreram poucos, com a curiosidad­e de duas goleadas por 9-0 – a São Marino pela Bélgica e ao Luxemburgo por Portugal. Nos 12 desafios em que somou vitórias pela seleção belga, a equipa marcou 47 golos e sofreu quatro. Pela seleção nacional, nos 11 jogos, são 41 golos e os mesmos quatro encaixados.

Sempre com grande sucesso em fases de qualificaç­ão (não falhou uma), o máximo que Martínez conseguiu pela Bélgica em fases finais de grandes torneios foi atingir as meias-finais do Mundial 2018, na Rússia – caiu diante da França. No Euro2020, após eliminar Portugal nos oitavos de final, a Bélgica ficou-se pelos quartos da prova, eliminada pela Itália. Mais recentemen­te, em 2023, no Mundial do Qatar, teve a sua pior campanha de sempre, com os belgas a não passarem da fase de grupos.

A partir de Junho, no Europeu que se realiza na Alemanha, Martínez vai tentar levar Portugal ao título. E já disse que Portugal está entre os candidatos: “França, Inglaterra, Espanha e Bélgica têm jogadores que podem ganhar a qualquer seleção e também Alemanha e Itália são seleções que tem competitiv­idade nestes torneios, que fazem delas seleções candidatas. Portugal é uma delas. Não tenho dúvidas de que podemos competir com as melhores seleções da Europa.”

Neste estágio com dois jogos de preparação, Martínez chamou 32 jogadores e dividiu o grupo em três. Jota Silva, do V. Guimarães, teve oportunida­de de se estrear contra a Suécia e elevou para seis os jogadores batizados na sua era, depois de Gonçalo Inácio, José Sá, João Neves, Toti Gomes e João Mário.

Terça-feira, frente à Eslovénia, é praticamen­te certo que Francisco Conceição também fará a sua estreia. Já o guarda-redes Samuel Soares, dada a posição específica, não deverá ainda ter a sua oportunida­de na baliza.

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