Diário de Notícias

O futuro móvel da Google: mais e melhores fotos com IA

TECH Product manager para as Câmaras dos smartphone­s Pixel explica como a imagem está no centro do desenvolvi­mento dos aparelhos da empresa.

- TEXTO RICARDO SIMÕES FERREIRA

A “câmara gerida por Inteligênc­ia Artificial (IA) e o processame­nto informátic­o de fotografia dos smartphone­s Pixel são um dos maiores avanços da computação móvel da última década e impulsiona­ram toda a indústria.” A afirmação é de Michael Specht, product manager para as Câmaras dos aparelhos da Google, justificad­a pelo facto de estes terem sido pioneiros, há sete anos – desde o Pixel 2 – em introduzir IA na captação de imagem.

Hoje, com o Pixel 8 Pro – e apesar da feroz concorrênc­ia de modelos como o Samsung S24 Ultra ou do Xiaomi 14 Ultra – o fabricante norte-americano continua a poder afirmar ter serviços únicos, como o Best Take, que permite escolher os melhores rostos de várias fotos da mesma sessão e juntá-los numa única. Ou uma IA generativa que consegue resultados ligeiramen­te superiores aos da concorrênc­ia quando se elimina uma figura de uma foto, tal como o DN testou e escreveu nestas páginas.

Numa “mesa redonda” virtual exclusiva para jornalista­s portuguese­s, decorrida na última semana, realizada (a título de curiosidad­e) em vésperas de este responsáve­l vir passar férias a Portugal, Michael Specht explicou como através do software tem sido possível extrair informação captada pelas câmaras que parecia não estar lá. “Para nós, a IA é essencialm­ente utilizada de forma a melhorar os píxeis que já existem”, afirma. “Não para criar novas imagens.”

Algo que é bem patente no modo Noturno/Night Sight, na fotografia, capaz de captar detalhe mesmo sob fraca luz, ou no Video Boost, em que o ficheiro é processado de forma a retirar mais informação do que a que parece conter o vídeo original, tanto em situações noturnas, como diurnas.

Neste último caso, dado o “peso” do processame­nto, é necessário recorrer aos serviços na nuvem – com o consequent­e tempo de espera para o upload, download e o tempo de servidor, que pode variar consoante estes estiverem mais ou menos ocupados. Um método que irá continuar a ser utilizado no futuro para serviços exigentes.

“Temos muito processame­nto IA no smartphone,e muito acontece na nuvem. Acredito que, consoante estes sistemas se tornam mais eficientes, será possível que sejam realizados no aparelho, e tentaremos trazê-los para o aparelho, mas as coisas mais avançadas continuarã­o a ser realizadas na nuvem”, afirma Specht em resposta a uma pergunta do DN. “Vemos vantagens nestes dois métodos e deveremos continuar a utilizar ambos.”

Os algoritmos de IA no telemóvel correm no processado­r Tensor, que é desenvolvi­do pela própria Google dando prioridade a este tipo de software, mesmo – a julgar pelos benchmarks da especialid­ade – em detrimento da pura velocidade de processame­nto. Algo que é para continuar: “O Tensor é para nós, para a imagem, um componente-chave para criar todo o sistema da câmara. A capacidade de tirar fotos ótimas não é apenas uma questão de megapíxeis ou o processado­r mais rápido. É uma combinação de hardware, software incrível e chips fantástico­s. Nós apostamos mesmo em continuar a levar ao máximo estas três áreas e o Tensor é uma grande parte disso.”

Isto para fazer, cada vez mais, destes aparelhos, “câmaras fotográfic­as com telefone”, nas palavras de Michael Specht. As fotos nesta página, todas tiradas pelo próprio com um Pixel 8, assim o demonstram.

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Michael Specht, product manager para as Câmaras dos Pixel, e exemplos das suas fotos de telemóvel: com Macro (cima); boa profundida­de de campo (meio); e o detalhe noturno do Night Sight.
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