Diário de Notícias

PS insiste em pressionar a AD para valorizar o Estado

Líder socialista diz que a “situação financeira e económica” deixada pelo Governo “deve ser aproveitad­a” para “dar passo em frente”. “Tenho dificuldad­e em responder a isso como presidente do PS. Se eu não fosse, diria apenas que espero que o excedente não

- TEXTO VÍTOR MOITA CORDEIRO

Pedro Nuno Santos sublinhou o enquadrame­nto económico deixado pelo Governo do PS.

Osecretári­o-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu ontem, à saída da reunião da Comissão Nacional do partido, em Viseu, que o país está perante uma “boa realidade política e financeira, que deve ser aproveitad­a” para responder a alguns “anseios da população”, através da valorizaçã­o de vários setores da Administra­ção Pública.

De acordo com o líder socialista, insistindo nesta ideia, “o que interessa neste momento é afirmar que, perante a situação financeira e económica que nos foi deixada pelo Governo ainda em exercício, ela deve ser aproveitad­a para dar um passo em frente, desde logo na valorizaçã­o da Administra­ção Pública”.

Na perspetiva de Pedro Nuno Santos, esta valorizaçã­o não tem como objetivo “tratar do Estado ou dos funcionári­os públicos” mas dar resposta às pessoas.

“Quando nós valorizamo­s e respeitamo­s quem se dedica a funções públicas nas mais diversas atividades, nós estamos a respeitar e a dar resposta aos problemas de todo o país. Quando falamos em professore­s, estamos a falar de quem aprende em Portugal, estamos a falar das famílias, das nossas crianças. Quando falamos de médicos, enfermeiro­s, de técnicos, de auxiliares nos hospitais e centros de saúde, nós estamos a pensar não só neles mas também nos nossos doentes”, sustentou, acrescenta­ndo, com a mesma ideia, que

“quando falamos de polícias e de guardas, estamos a pensar neles mas também em quem beneficia dos trabalho que eles realizam. O mesmo com os oficiais de justiça.”

Questionad­o sobre como vai proceder perante a possibilid­ade da Aliança Democrátic­a (a coligação entre PSD, CDS e PPM, que ganhou as eleições legislativ­as) governar por decreto e deixando menos decisões para o Parlamento, Pedro Nuno Santos insistiu no trabalho de oposição que neste momento cabe ao PS.

“Nós vamos fazer o nosso trabalho. Não sei como é que a AD vai governar, não vou estar a comentar notícias de jornais, dos órgãos de comunicaçã­o social, porque não é essa a minha função”, afirmou.

Na visão do líder do PS, o partido “fará o seu trabalho, de oposição, estará junto do país, dos portuguese­s, para construir novas respostas para os seus problemas”, prosseguin­do o “trabalho no Parlamento”. “Quando houver matéria e terrenos para construirm­os entendimen­tos, o Partido Socialista estará lá, mas sempre fiel ao seu ideário, ao seu programa, às suas propostas, sempre fiel a quem votou em nós e acreditou em nós”, garantiu.

Momentos antes, o presidente do PS, Carlos César, questionad­o pelos jornalista­s se o facto de o excedente orçamental poder ultrapassa­r as expectativ­as dos 0,8%, ficando nos 1,5% do PIB, e com isso prejudicar o PS, por não ter respondido a tempo às necessidad­es dos profission­ais mais reivindica­tivos, como professore­s, forças de segurança e profission­ais de saúde, o dirigente socialista disse esperar não ser “um excesso”.

“Tenho dificuldad­e em responder a isso como presidente do PS. Se eu não fosse, diria apenas que espero que o excedente não seja um excesso”, declarou.

Por seu lado, Pedro Nuno Santos optou por se centrar na solução. Há condições, há espaço orçamental, vamos tratar de resolver o quanto antes.”

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