PS insiste em pressionar a AD para valorizar o Estado
Líder socialista diz que a “situação financeira e económica” deixada pelo Governo “deve ser aproveitada” para “dar passo em frente”. “Tenho dificuldade em responder a isso como presidente do PS. Se eu não fosse, diria apenas que espero que o excedente não
Pedro Nuno Santos sublinhou o enquadramento económico deixado pelo Governo do PS.
Osecretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu ontem, à saída da reunião da Comissão Nacional do partido, em Viseu, que o país está perante uma “boa realidade política e financeira, que deve ser aproveitada” para responder a alguns “anseios da população”, através da valorização de vários setores da Administração Pública.
De acordo com o líder socialista, insistindo nesta ideia, “o que interessa neste momento é afirmar que, perante a situação financeira e económica que nos foi deixada pelo Governo ainda em exercício, ela deve ser aproveitada para dar um passo em frente, desde logo na valorização da Administração Pública”.
Na perspetiva de Pedro Nuno Santos, esta valorização não tem como objetivo “tratar do Estado ou dos funcionários públicos” mas dar resposta às pessoas.
“Quando nós valorizamos e respeitamos quem se dedica a funções públicas nas mais diversas atividades, nós estamos a respeitar e a dar resposta aos problemas de todo o país. Quando falamos em professores, estamos a falar de quem aprende em Portugal, estamos a falar das famílias, das nossas crianças. Quando falamos de médicos, enfermeiros, de técnicos, de auxiliares nos hospitais e centros de saúde, nós estamos a pensar não só neles mas também nos nossos doentes”, sustentou, acrescentando, com a mesma ideia, que
“quando falamos de polícias e de guardas, estamos a pensar neles mas também em quem beneficia dos trabalho que eles realizam. O mesmo com os oficiais de justiça.”
Questionado sobre como vai proceder perante a possibilidade da Aliança Democrática (a coligação entre PSD, CDS e PPM, que ganhou as eleições legislativas) governar por decreto e deixando menos decisões para o Parlamento, Pedro Nuno Santos insistiu no trabalho de oposição que neste momento cabe ao PS.
“Nós vamos fazer o nosso trabalho. Não sei como é que a AD vai governar, não vou estar a comentar notícias de jornais, dos órgãos de comunicação social, porque não é essa a minha função”, afirmou.
Na visão do líder do PS, o partido “fará o seu trabalho, de oposição, estará junto do país, dos portugueses, para construir novas respostas para os seus problemas”, prosseguindo o “trabalho no Parlamento”. “Quando houver matéria e terrenos para construirmos entendimentos, o Partido Socialista estará lá, mas sempre fiel ao seu ideário, ao seu programa, às suas propostas, sempre fiel a quem votou em nós e acreditou em nós”, garantiu.
Momentos antes, o presidente do PS, Carlos César, questionado pelos jornalistas se o facto de o excedente orçamental poder ultrapassar as expectativas dos 0,8%, ficando nos 1,5% do PIB, e com isso prejudicar o PS, por não ter respondido a tempo às necessidades dos profissionais mais reivindicativos, como professores, forças de segurança e profissionais de saúde, o dirigente socialista disse esperar não ser “um excesso”.
“Tenho dificuldade em responder a isso como presidente do PS. Se eu não fosse, diria apenas que espero que o excedente não seja um excesso”, declarou.
Por seu lado, Pedro Nuno Santos optou por se centrar na solução. Há condições, há espaço orçamental, vamos tratar de resolver o quanto antes.”