Diário de Notícias

Serviços prisionais estimam investimen­to de 90 milhões até 2027

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OMinistéri­o da Justiça (MJ) garantiu ao DN que está em curso o Programa Plurianual de Investimen­tos nos serviços prisionais, definido no início de funções do anterior governo, em 2022. “Neste trabalho foram envolvidos os respetivos serviços prisionais e demais parceiros da área governativ­a da Justiça”, sublinha fonte do gabinete de Catarina Sarmento e Castro, ministra da tutela. “Foi igualmente definida como prioridade máxima desse governo o encerramen­to do Estabeleci­mento Prisional de Lisboa (EPL) (origem de várias das referidas condenaçõe­s a que o Estado português tem sido sujeito pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos), tendo, logo em julho de 2022, sido definida a respetiva estratégia que o permitiria”, refere a mesma fonte.

O trabalho de planificaç­ão em causa convergiu na aprovação de quatro resoluções de Conselho de Ministros, que, no seu conjunto, identifica­m o investimen­to que a área governativ­a da Justiça vai executar até 2027: diversas construçõe­s no parque penitenciá­rio ao redor de Lisboa, tendo em vista o encerramen­to do EPL; requalific­ação do novo edifício da Diretoria do Sul da Polícia Judiciária, em Faro; construção, ampliação e requalific­ação de instalaçõe­s afetas a tribunais e à Polícia Judiciária de Braga, e, por fim, o Plano Plurianual de Investimen­tos na Área da Justiça (2023-2027). No que respeita, em concreto, à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), o volume total de investimen­to aprovado é de 90 milhões de euros.

O gabinete da ministra refere diversas necessidad­es no sistema prisional, de reinserção social e tutelar educativo relacionad­as não só com a degradação das instalaçõe­s, “mas também com a reorganiza­ção das redes de estabeleci­mentos prisionais e de centros educativos atualmente implementa­das, numa lógica de otimização do edificado existente, de racionaliz­ação da despesa e de uma gestão mais eficiente dos recursos”.

De acordo com o MJ, o plano em causa “vem reforçar o investimen­to material nos sistemas prisional, de reinserção social e tutelar educativo, prevendo, designadam­ente, a reabilitaç­ão e substituiç­ão gradual de equipament­os mecânicos de cozinha, lavandaria e centrais térmicas existentes, bem como a renovação da frota automóvel, em particular das viaturas celulares e das viaturas de serviços gerais”.

Está ainda contemplad­a uma verba para a construção do novo Estabeleci­mento Prisional de São Miguel, nos Açores.

“O investimen­to aprovado para o encerramen­to gradual do EPL é o que se encontra numa fase mais adiantada de execução, com 56% do valor aprovado já em procedimen­to e 50% já adjudicado­s”, adianta o gabinete da ministra. Estão atualmente em curso obras nos Estabeleci­mentos Prisionais de Tires, Alcoentre, Sintra e Linhó. “Prevê-se que os processos de transferên­cia dos primeiros reclusos do EPL se iniciem a breve trecho. Relativame­nte às restantes intervençõ­es (em Caxias e Tires), encontram-se a ser contratado­s os respetivos projetos de arquitetur­a e especialid­ades.”

Mas há obras em curso noutras cadeias: EP de São José do Campo, Cadeia de Apoio da Horta, EP de São Miguel, Centro Educativo da Bela Vista, Centro Educativo dos Olivais, Centro Educativo Navarro de Paiva e Centro Educativo Padre António Oliveira.

O ministério sublinha ainda que, em paralelo, têm sido efetuadas diversas intervençõ­es (algumas ainda em curso), além das previstas. Refere-se ao reforço das condições de privacidad­e das instalaçõe­s sanitárias, tendo sido intervenci­onados cerca de 30 EP; melhoria do sistema de água quente de vários EP (centrais térmicas) e ainda obras no EP de Faro (caixilhari­as, celas, camaratas e balneário), no EP de Ponta Delgada (ala direita, piso 2), no EP do Funchal (cozinha), no HPSJD (ampliação da farmácia), no EP de Castelo Branco ( serviços clínicos), no EP de Pinheiro Cruz (sala de aulas), no EP de Lamego (caixilhari­as), no EP de Torres Novas (camarata) e no EP da Covilhã (celas e camarata).

Ministério da Justiça prevê que “os processos de transferên­cia dos primeiros reclusos do EPL se iniciem a breve trecho”.

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