Diário de Notícias

Quase 200 mil apoiaram Miguel Oliveira, 9.º num GP de Portugal “special one”

- TEXTO ISAURA ALMEIDA

OFalcão não voou tanto como queria

em Portimão, mas o carinho que recebeu foi prémio maior do que o 9.º lugar conseguido no 20.º Grande Prémio de Portugal. “Corro mundiais há já 13/14 anos e o único apoio que vi assim do público a um piloto foi com o Valentino Rossi. Não tenho palavras para descrever. Foi um fim-de-semana simplesmen­te de sonho nesse sentido. Apesar do resultado, sei que o apoio é incondicio­nal e estou de coração cheio por isso”, disse Miguel Oliveira, sem mais palavras para devolver tanto carinho: “É incrível ter todo o país contigo. Não consigo descrever o sentimento.”

O piloto da Aprilia/Trackhouse tentou retribuir, atirando bonés autografad­os e as luvas com que correu para o público e ainda ofereceu dez capacetes autografad­os para serem sorteados entre os que compraram bilhete para uma prova que superou as expectativ­as em termos de assistênci­a e levou quase 174.800 pessoas ao Autónomo Internacio­nal do Algarve - incluindo muitosVip e ídolos do desporto, como o campeão mundial da natação Diogo Ribeiro.

O maior mediatismo da prova foi evidente nesta edição. Foi mesmo Special One. O treinador José Mourinho esteve na grelha de partida com Jorge Viegas (presidente da Federação Internacio­nal de Motociclis­mo), foi à box da Trackhouse falar com Miguel Oliveira “confessou-me que gosta do MotoGP e que é melhor do que a Fórmula 1”, disse o piloto –, deu a volta ao circuito no safety car que marca o arranque da prova, abanou a bandeira xadrez que decretou a vitória de Jorge Martín e ainda subiu ao pódio para entregar o prémio ao segundo classifica­do e ver o rookie Pedro Acosta celebrar o seu primeiro pódio da carreira aos 19 anos e 304 dias... na segunda corrida no MotoGP.

Só faltou ser um dia especial para Miguel Oliveira. Como ele tinha dito na véspera, o bom resultado ia depender muito da qualificaç­ão e da maneira como iria gerir as expectativ­as: “Podia ter sido 6º. Demos pequenos passos, passos de bebé. Gostava de ter dado um passo maior. Eu estou adaptado à Aprilia, mas a moto não tem funcionado como devia. É o que temos. Temos de continuar a trabalhar.”

A prova foi uma montanha russa de emoções e ficou marcada por várias quedas (ainda assim foi o ano com menos quedas), mas o choque entre dois campeões mundiais perto do fim da prova foi o que deu mais que falar. A FIM considerou que se tratou de um “incidente de corrida” e inocentou Pecco Bagnaia do toque em Marc Márquez, mas o espanhol considerou que se tratou de um “erro” do italiano da Ducati.

Jorge Martin venceu e assumiu a liderança do campeonato, com 60 pontos, enquanto Miguel Oliveira somou sete pontos em Portugal e passou de 16.º para 14.º do mundial, totalizand­o oito pontos.

Paulo Pinheiro, CEO da Parkalgar, que gere o autódromo, resumiu o GP de Portugal 2024 como “o melhor de sempre”, não só com o recorde de espectador­es, mas pelo evento em si e pela revolução de sustentabi­lidade que foi conseguida. E para 2025? “Este Grande Prémio foi colocado de pé em quatro meses, um milagre. A Dorna quer assinar um contrato trianual, mas nós continuamo­s sem conseguir dar essa garantia a três anos. Precisamos não só do envolvimen­to do Algarve e do País, como do Governo. Os primeiros contactos a nível regional são promissore­s, mas temos de esperar”, disse o CEO.

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