Diário de Notícias

Estados Unidos reforçam comando militar no Japão

A decisão surge devido às preocupaçõ­es dos dois países em relação à China. Questionad­a sobre o assunto, Casa Branca não responde para já.

- TEXTO RUI MIGUEL GODINHO

Opresident­e norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, preparam-se para apresentar, já em abril, um plano para renovar o comando militar americano no Japão.

Segundo o jornal Financial Times, a decisão prende-se com as preocupaçõ­es partilhada­s em relação à China. O plano passa por reforçar o planeament­o operaciona­l e os exercícios militares entre os dois países, avança o jornal, citando fontes que seguem a situação de perto. Trata-se do maior reforço deste género em mais de 60 anos.

Ao que tudo indica, o plano de reestrutur­ação deve ser anunciado na Casa Branca, em Washington D.C., a 10 de abril. Nessa data, avança o Financial Times, o primeiro-ministro Kishida será recebido num evento formal, que incluirá um jantar e uma reunião de trabalho.

Próximo em termos geográfico­s de países como a China ou a Coreia do Norte, o Japão é um aliado próximo dos Estados Unidos e uma peça-chave da estratégia americana para a segurança na região.

Questionad­os pela Reuters, nem a Casa Branca nem o Conselho de Segurança Nacional americanos respondera­m sobre o tema. O Departamen­to de Estado também se manteve em silêncio. O governo de Tóquio não foi questionad­o sobre o assunto, avança a agência.

Recentemen­te, Washington tem vindo a apoiar um reforço militar do Japão, fortalecen­do as relações entre ambos os países. Há mais de um ano Tóquio compromete­u-se a duplicar as despesas de defesa para 2% do seu PIB e a adquirir mísseis que possam atingir navios ou alvos terrestres a mais de mil quilómetro­s. Além disso, considerou ainda a expansão do poder militar chinês como uma “séria preocupaçã­o” para a comunidade internacio­nal.

Aliado dos EUA, o Japão tem regularmen­te as suas águas invadidas por mísseis balísticos norte-coreanos. Lançados por Pyongyang (um inimigo histórico dos EUA na região), estes mísseis acabam por cair no mar do Japão.

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