PSD e Chega com acordo para a mesa da AR
XVI LEGISLATURA Chega vai ter vice-presidente do Parlamento e quer Governo de Montenegro só com 12 ministérios.
Dois presidentes de câmara do PSD no Distrito de Aveiro renunciaram ao mandato para se tornarem deputados.
Onovo Parlamento da nova legislatura (que é a XVI)inicia hoje funções e ontem o Chega, agora com 50 deputados eleitos, anunciou ter chegado a acordo com o PSD (78 eleitos) para a constituição da mesa. Os sociais-democratas indicarão José Pedro Aguiar-Branco como candidato a presidente da Assembleia da República; já o partido de Ventura terá direito a um vice-presidente, a um secretário e a um vice-secretário. A Iniciativa Liberal também terá um vice-presidente, bem como, de resto, o próprio PSD. Ventura, ao anunciar o acordo, foi ao ponto de dizer quem será o vice-presidente indicado pela IL: Rodrigo Saraiva (até agora líder parlamentar dos liberais).
“O PSD informou esta tarde o Chega que viabilizará a nomeação de vários dirigentes do partido para vice-presidente da Assembleia da República, secretário e vice-secretário”, disse André Ventura, remetendo o anúncio dos nomes desses deputados até ao final do dia de ontem.
O líder do Chega acrescentou que, “no seguimento desta informação”, que disse ter sido transmitida ao líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, irá também reunir-se com o seu grupo parlamentar e indicar aos deputados “para viabilizarem a proposta que a AD apresentou para a presidência do Parlamento”, referindo-se ao ex-ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco. “Quero sublinhar este entendimento, a reciprocidade deste entendimento”, afirmou, defendendo também que, com este anunciado entendimento, haverá “a capacidade definitiva de arredar os socialistas e a extrema-esquerda dos lugares decisivos” do Parlamento porque o PSD e o Chega garantem “uma maioria absolutíssima”.
O presidente do Chega desafiou o primeiro-ministro indigitado e presidente do PSD, Luís Montenegro, a dar também “um sinal” na composição do Governo – que será anunciada na quinta-feira – de aproximação ao seu partido.
“Que reduza o número de ministros e apresente um Governo com, no máximo 12 ministérios, para dar um sinal de que estamos verdadeiramente a fazer uma reforma do sistema político”, disse, considerando que os dois partidos têm a maioria necessária para reduzir deputados, ministros e secretários de Estado. “Só não o faremos se não quisermos”, disse.
Entretanto, a formação do novo Parlamento vai gerando mudanças no mundo do poder local.
Salvador Malheiro, eleito deputado do PSD pelo Círculo de Aveiro, anunciou ontem que, para assumir o mandato parlamentar, renunciará à presidência da câmara de Ovar. “Hoje é um dia especial, em que deixo funções nas quais tive muito orgulho e pelas quais tenho de dirigir um agradecimento a todo o povo de Ovar, pela confiança que depositou em mim. Foi um orgulho muito grande servir a minha terra e a minha gente”, declarou.
Outro autarca aveirense do PSD, Emílio Sousa, presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, fez o mesmo, também para assumir o mandato de deputado. “Consegui concretizar quase tudo a que me propus”, disse.