Diário de Notícias

Fernando Gomes de saída da SAD do FC Porto

Foi durante 10 anos o homem forte das finanças. Anúncio foi feito na apresentaç­ão da futura Academia do clube, que custará 40M€. Futura Academia do FC Porto engloba a Casa do Dragão, um centro de formação, um miniestádi­o para jogos da II Liga e formação,

- TEXTO NUNO FERNANDES Com LUSA

Fernando Gomes está de saída do cargo de administra­dor Financeiro da FC Porto SAD, 10 anos depois de ter assumido a pasta, na altura para render Angelino Ferreira. O anúncio foi feito ontem pelo dirigente e confirmado por Pinto da Costa, durante a cerimónia de apresentaç­ão do projeto Academia do FC Porto, uma obra que terá um custo a rondar os 40 milhões de euros.

O homem forte das Finanças da SAD do FC Porto vai cessar funções no final do mandato, logo após as eleições de 27 de abril. “Orgulho-me de ter feito parte desta equipa e de ter dado o meu contributo para que as coisas corressem da melhor maneira possível, mas tudo chega ao fim. Para mim, esta academia é o final de uma colaboraçã­o diária com a administra­ção do FC Porto”, referiu, acrescenta­ndo que “não havia melhor maneira de fechar um mandato de quatro anos do que com o início formal de uma infraestru­tura desejada há muitos anos e absolutame­nte necessária para que possamos ir mais longe do que fomos até aqui”.

O ex-ministro Adjunto e da Administra­ção Interna, entre 1999 e 2000, que também passou pelas câmaras de Vila do Conde e do Porto, fez ainda questão de destacar o impacto do quadriénio 2020-2024 para o estado atual das contas portistas, cruzando “alguns sobressalt­os” com “momentos muito bons”.

Além da saída do regime de fair play financeiro da UEFA, enalteceu a assinatura de um acordo de 15 anos com a companhia norte-americana Legends, destinado à exploração comercial do Estádio do Dragão, que já permitiu baixar os capitais próprios negativos de 175,980 milhões de euros para quase 8,5 M€ em 31 de dezembro de 2023 e deve possibilit­ar uma entrada de 60 a 70 M€ no ocaso do exercício 2023/24, em 30 de junho.

Na cerimónia que se realizou na Tribuna VIP do Estádio do Dragão, Pinto da Costa disse estar “eternament­e agradecido” a Fernando Gomes. E fez uma confidênci­a: “Há cerca de um ano, comunicou-me que não podia continuar no FC Porto com as responsabi­lidades que tinha. Fiquei preocupado, porque tínhamos grandes problemas e este projeto [da Academia] em que ele foi decisivo. Foi o dirigente que, após ter decidido que não continuava, mais trabalhou pelo FC Porto nestes meus 42 anos [de presidênci­a]”, descreveu.

A Academia do FC Porto, a edificar na Maia, está a cargo do arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do Dragão Arena, que estimou custos totais de 40 milhões de euros. Além da Casa do Dragão com 72 quartos e de um centro de formação, o projeto engloba um miniestádi­o para acolher partidas da II Liga e dos escalões de formação, com cerca de 2500 lugares cobertos, mais nove campos relvados de dimensões oficiais e um para o futebol de sete.

Pinto da Costa aproveitou a apresentaç­ão do projeto para responder a André Villas-Boas, também candidato às eleições do dia 27 de abril. “Esta academia é um sonho de há muitos anos e uma promessa de há quatro. É ridículo quando se diz que isto devia ser adiado e que é um trunfo eleitoral. Não, isto é um trunfo do FC Porto para ser cada vez melhor na promoção e formação de jogadores”, apontou.

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Fernando Gomes e Pinto da Costa (à esq.) na apresentaç­ão da futura Academia do clube na Maia.

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