Reivindicações começam a ser ouvidas por ministras antes da tomada de posse
Margarida Blasco, Rita Júdice e Dalila Rodrigues têm sindicatos das áreas que irão tutelar a pedir soluções para problemas deixados pelo anterior Governo.
AAssociação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) juntou-se ontem à lista de representantes de classes profissionais que não esperam pela tomada de posse dos ministros do XXIV Governo para fazer chegar as suas reivindicações aos próximos governantes. Num comunicado em que reagiu à nomeação de Margarida Blasco para a pasta da Administração Interna, a ASPP/PSP destacou a experiência profissional da juíza jubilada, antiga inspetora-geral da Administração Interna e diretora-geral do Serviço de Informações e Segurança (SIS), admitindo que “pode ser relevante para o exercício das suas funções”, mas diz ser “ainda mais relevante a linha orientadora” das políticas que serão seguidas pelo Executivo de Luís Montenegro.
Pedindo à próxima titular da pasta “a necessária sensibilidade e disponibilidade para ‘escutar’ as reivindicações dos representantes legítimos dos polícias” e que “perceba os problemas graves e estruturais que assolam a PSP e os seus profissionais”, a entidade representativa dos agentes da polícia partilhou o desejo de que Margarida Blasco “tenha peso político junto do Governo para poder dar respostas assertivas”.
“Disponível para ser um contributo, no sentido de se alcançar as melhores medidas que resolvam os problemas estruturais”, e esperando “uma visão e ação política diferente dos governos anteriores, de forma a evitar-se o branqueamento da realidade, a secundarização dos problemas, a propaganda e o assistencialismo”, a ASPP/PSP pediu desde já uma reunião com a futura ministra da Administração Interna, na qual irá pedir uma “solução célere” para o suplemento que causou polémica e marcou a campanha eleitoral devido aos protestos das forças de segurança, após o Governo de António Costa ter optado por atribuir esse suplemento apenas à Polícia Judiciária.
Por seu lado, o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado dirigiu-se à ministra nomeada para a pasta da Justiça, Rita Júcide, de quem espera uma “ação diligente e efetiva para a resolução dos graves problemas estruturais” que afetam o setor, que consideram ter sido “desprezado pela anterior ministra”, Catarina Sarmento e Castro. Algo que a organização sindical considera traduzir-se na “falência do próprio Estado que se verifica quando se encerram conservatórias de registos por falta de conservadores de registos e de oficiais de registos, o que aumenta as desigualdades e não contribui para a coesão territorial”.
Também Dalila Rodrigues, que será a ministra da Cultura, ouviu do Sindicato dos Trabalhadores dos Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE) algumas reivindicações, nomeadamente a criação de acordos de empresa nos teatros nacionais Dona Maria II (Lisboa) e São João (Porto), repetindo aquilo que antes aconteceu com a administração do Opart, organismo público que gere o Teatro Nacional de São Carlos, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Companhia Nacional de Bailado e os Estúdios Victor Córdon.