Costa será investigado o “tempo que for necessário”
Processo da Operação Influencer passou do Supremo Tribunal de Justiça para o DCIAP.
Oprocesso que, de acordo com o próprio, levou o ex-primeiro-ministro, António Costa, a deixar o cargo e que precipitou a queda do Governo baixou ontem do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), considerando que o ex-chefe de Governo, na qualidade de cidadão, pode agora ser investigado em primeira instância.
Na qualidade de primeiro-ministro, António Costa só podia ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça. Tendo em conta que em Portugal não há vazios legislativos e António Costa teve de se manter como primeiro-ministro até ter sido oficialmente substituído por Luís Montenegro, o ex-governante teve de continuar a ser investigado na instância mais alta.
A notícia foi confirmada à Lusa pelo advogado de defesa de Antódurar nio Costa, João Lima Cluny, que adiantou que vai requerer uma notificação da decisão do Ministério Público (MP) junto do STJ, para poder avaliá-la.
A procuradora-geral da República, Lucília Gago, também confirmou a mudança de instância no processo, mas avisou que esta investigação, que envolve outras figuras proeminentes do Executivo anterior, que incide em negócios sobre hidrogénio e lítio, vai o tempo que for “necessário”.
“As investigações criminais tomam o tempo que é necessário para elas avançarem, naturalmente com a eficácia desejável, mas tomando o tempo que também é necessário para ultimar essas mesmas investigações. É tão simples como isso”, frisou a responsável pelo MP depois da tomada de posse do novo presidente do Sindicato dos Magistrados do MP, Paulo Lona.