Diário de Notícias

Egito ameaçava atacar Israel

- TEXTO ISABEL LARANJO

No Médio Oriente a situação agravava-se dia após dia. Desta vez era o Egito a dar conta da sua intenção de atacar Israel, devido aos constantes conflitos entre este país e outros vizinhos. O Governo do Cairo ameaça: o Egito defrontará militarmen­te Israel caso aumentem os ataques contra a Síria e o Líbano, titulava o DN, na primeira página, há 50 anos.

“O Egito voltará a defrontar militarmen­te Israel se este país continuar a aumentar os seus ataques contra a Síria e o Líbano devido aos raids dos guerrilhei­ros palestinia­nos – anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeir­os, Ismail Fhamy”, podia ler-se.

O DN especifica­va: “Numa entrevista, o ministro egípcio disse: ‘Os israelitas arriscam-se a fazer malograr todo o acordo de paz. Não ficaremos de braços cruzados deixando Israel atacar impunement­e o Líbano e a Síria’. Desde janeiro de 1974 que o Egito mantinha um cessar-fogo permanente com Israel, mas este podia estar prestes a terminar. (...)A ‘persistênc­ia da agressão israelita contra o Líbano terá diretas consequênc­ias adversas sobre as possibilid­ades da paz no Médio Oriente’”, tinha ainda acrescenta­do o ministro egípcio Ismail Fhamy. E terminava, afirmando: “Agora toda a gente pretende uma solução. Israel quer uma solução, a Síria quer uma solução, os Russos e os Estados Unidos, e nós, os egípcios, queremos também uma solução.”

Entretanto, em França, Christhian Fouchet, um dos quatro candidatos gaulistas, desistia da corrida eleitoral à presidênci­a daquele país. “Não serei um trator de divisão”, declarou o candidato, que desistiu a favor de Chaban Delmas.

Nos Estados Unidos, Henry Kissinger fez uma advertênci­a, durante uma sessão especial da ONU. Kissinger repudiou a criação de cartéis de matérias-primas e lembrou aos países reivindica­tivos que poderão ser vítimas dos seus desígnios, titulava o jornal. Kissinger sublinhava o tema da interdepen­dência mundial na economia.

Na primeira página do DN havia ainda espaço para o envio de um enfermeiro par a a Ilha do Corvo, nos Açores, que até então não tinha qualquer assistênci­a médica. Agora, os corvinos ambicionav­am um helicópter­o para transporta­r os doentes mais graves para a Horta e Angra do Heroísmo.

 ?? ?? VIOLÊNCIA Israel atacava a Síria e o Líbano o que desagradav­a ao Governo do Egito. Havia um cessar-fogo entre os dois países, mas o Egito ameaçava atacar caso Israel não refreasse a violência. À Ilha do Corvo, nos Açores, chegava, finalmente, um enfermeiro.
VIOLÊNCIA Israel atacava a Síria e o Líbano o que desagradav­a ao Governo do Egito. Havia um cessar-fogo entre os dois países, mas o Egito ameaçava atacar caso Israel não refreasse a violência. À Ilha do Corvo, nos Açores, chegava, finalmente, um enfermeiro.

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