Egito ameaçava atacar Israel
No Médio Oriente a situação agravava-se dia após dia. Desta vez era o Egito a dar conta da sua intenção de atacar Israel, devido aos constantes conflitos entre este país e outros vizinhos. O Governo do Cairo ameaça: o Egito defrontará militarmente Israel caso aumentem os ataques contra a Síria e o Líbano, titulava o DN, na primeira página, há 50 anos.
“O Egito voltará a defrontar militarmente Israel se este país continuar a aumentar os seus ataques contra a Síria e o Líbano devido aos raids dos guerrilheiros palestinianos – anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ismail Fhamy”, podia ler-se.
O DN especificava: “Numa entrevista, o ministro egípcio disse: ‘Os israelitas arriscam-se a fazer malograr todo o acordo de paz. Não ficaremos de braços cruzados deixando Israel atacar impunemente o Líbano e a Síria’. Desde janeiro de 1974 que o Egito mantinha um cessar-fogo permanente com Israel, mas este podia estar prestes a terminar. (...)A ‘persistência da agressão israelita contra o Líbano terá diretas consequências adversas sobre as possibilidades da paz no Médio Oriente’”, tinha ainda acrescentado o ministro egípcio Ismail Fhamy. E terminava, afirmando: “Agora toda a gente pretende uma solução. Israel quer uma solução, a Síria quer uma solução, os Russos e os Estados Unidos, e nós, os egípcios, queremos também uma solução.”
Entretanto, em França, Christhian Fouchet, um dos quatro candidatos gaulistas, desistia da corrida eleitoral à presidência daquele país. “Não serei um trator de divisão”, declarou o candidato, que desistiu a favor de Chaban Delmas.
Nos Estados Unidos, Henry Kissinger fez uma advertência, durante uma sessão especial da ONU. Kissinger repudiou a criação de cartéis de matérias-primas e lembrou aos países reivindicativos que poderão ser vítimas dos seus desígnios, titulava o jornal. Kissinger sublinhava o tema da interdependência mundial na economia.
Na primeira página do DN havia ainda espaço para o envio de um enfermeiro par a a Ilha do Corvo, nos Açores, que até então não tinha qualquer assistência médica. Agora, os corvinos ambicionavam um helicóptero para transportar os doentes mais graves para a Horta e Angra do Heroísmo.