“Temos de investir forte para resolver problema da seca”
Ministro defende “soluções suportadas em termos técnicos” para não se criar “prejuízo aos agricultores”. “Não vamos andar a prometer que vamos abrir a torneira e depois voltar a fechar a torneira”, afirmou José Manuel Fernandes, no Luxemburgo.
Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve diz que, nesta altura, a região já tem níveis de água suficientes para os próximos anos.
Oministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, considera que é necessário “mais investimento” em soluções para lidar com os efeitos da seca. Reagindo à posição dos agricultores algarvios, que já fizeram saber que não aceitam cortes diferenciados na utilização de água, José Manuel Fernandes defende que qualquer que seja a opção do Governo ela deve ser capaz de garantir “previsibilidade” no abastecimento.
“A decisão que tomarmos será a favor dos agricultores, dando-lhes previsibilidade, dando-lhes estabilidade”, defendeu o ministro, sem concretizar, embora deixe antever que as opções terão de ser ponderadas tendo em conta a sustentabilidade futura dos recursos.
“Não vamos andar a prometer que vamos abrir a torneira e depois voltar a fechar a torneira”, afirmou o ministro. José Manuel Fernandes garantiu ainda: “As decisões tomadas neste domínio – e estou a falar de soluções imediatas –, têm de ser suportadas em termos técnicos para não criarmos prejuízo aos agricultores”.
“Queremos proteger os investimentos que eles fizeram e para protegê-los, aquilo que estamos a fazer é acelerar investimentos necessários para o armazenamento e o abastecimento eficiente de água”, afirmou o ministro da Agricultura, a falar à margem de uma reunião setorial, no Luxemburgo.
O ministro reagia a uma posição da Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA) – que representa mais de mil produtores, operadores e associações do setor agrícola algarvio –, a qual, de acordo com a Agência Lusa, defendeu uma atualização dos cortes no consumo de água impostos pelo anterior Governo, advertindo que “só aceitará cortes iguais” para todos os setores da região. A CSHA considera que já foi “ultrapassada a previsão de armazenamento de água de superfície nas bacias do Algarve”, encontrando-se a região “com níveis de água suficientes para os próximos anos”.
Questionado sobre se as soluções equacionadas pelo Ministério da Agricultura têm sido conversadas com a titular da pasta do Ambiente (a ex-eurodeputada Maria da Graça Carvalho), José Manuel Fernandes assegurou que o diálogo entre os dois ministérios tem ocorrido.
“Temos conversado e estamos os dois em linha com este objetivo o de ajudarmos os agricultores ou de permitirmos também que a população, nomeadamente no Algarve usufrua desse bem que é a água, que é essencial também para outras atividades, como por exemplo as do turismo”, frisou, lembrando que está “planeada até ao dia 10 de Maio, uma reunião sobre a seca para verificarmos aquilo que podemos fazer no imediato”.
Defendendo soluções que garantam um abastecimento com previsibilidade, José Manuel Fernandes afirma que “não podemos sempre andar a correr atrás do prejuízo, temos de investir e investir forte para resolver este problema definitivamente”.