Celebrações de jovens trabalhadores
Não quero ser negativo quando há esperança. O nosso país tem-nos mostrado a criatividade de jovens empreendedores na formação de uma comunidade de startups em efervescência.
Não vou antecipar discursos políticos deste 1.º de Maio, mas o tema que deverá marcar a data são os jovens, que é o mesmo que falar do futuro do país, de formação e de qualificação, é falar das novas profissões, dos baixos salários e da falta de condições no acesso à habitação, na emigração jovem, na natalidade, demografia e no futuro da segurança social.
O barómetro de hoje do futuro do trabalho são os jovens, que concentram neles todos os problemas de uma geração cheia de incertezas e sem respostas conclusivas a estes anseios por parte dos últimos governos.
Terminologias em ministérios que contenham a palavra Juventude são vagas. O problema estende-se a várias tutelas, que, se elas próprias não estiverem sensibilizadas para a resolução urgente dos problemas da sociedade, não são suficientes para operar uma mudança.
Por cada jovem obrigado a emigrar, mais uma família cai no descontentamento. E mesmo que a política não interesse a este agregado familiar, a ausência de políticas públicas já lhes mexe naturalmente com os nervos. Vemos nas legislativas de 10 de março e veremos nas europeias de 9 de junho o que pensam os eleitores – é disto que hoje muitos partidos têm medo e é com isto que ganha o populismo.
Não quero ser negativo quando há esperança. O nosso país tem-nos mostrado a criatividade de jovens empreendedores na formação de uma comunidade de startups em efervescência. Não falo só de unicórnios, cidades como Lisboa e Porto, que estão entre as melhores do mundo para criar startups, ou Braga, Coimbra, Leiria e Aveiro, ganharam uma nova vida empresarial e estão a atrair talento do mais qualificado de sempre no nosso país, para fazer crescer projetos que, muitos deles, se destacam além fronteiras.
Eu gosto de olhar para os exemplos de jovens que encontram uma forma criativa de gerar valor para a sociedade, criando o seu próprio emprego e dando a oportunidade a tantos outros como eles de viver novas experiências profissionais.
Como em tudo na vida, este percurso não é fácil. Não é fácil passar o chamado vale da morte das startups. Mas arriscar compensa, pelo que vemos nos exemplos de muitas destas startups que põem portugueses nas listas da Forbes dos empreendedores mais promissores abaixo dos 30 anos.
Mas há um último ponto transformador que gostaria de focar: a formação. Nos dias de hoje, não há nenhum diploma condenatório ao desemprego, se partirmos do princípio de que a requalificação de competências abre portas a um novo futuro profissional. Nem sempre as oportunidades correspondem é ao mundo dos sonhos.