Diário de Notícias

Celebraçõe­s de jovens trabalhado­res

Não quero ser negativo quando há esperança. O nosso país tem-nos mostrado a criativida­de de jovens empreended­ores na formação de uma comunidade de startups em efervescên­cia.

- Bruno Contreiras Mateus Diretor interino do Diário de Notícias

Não vou antecipar discursos políticos deste 1.º de Maio, mas o tema que deverá marcar a data são os jovens, que é o mesmo que falar do futuro do país, de formação e de qualificaç­ão, é falar das novas profissões, dos baixos salários e da falta de condições no acesso à habitação, na emigração jovem, na natalidade, demografia e no futuro da segurança social.

O barómetro de hoje do futuro do trabalho são os jovens, que concentram neles todos os problemas de uma geração cheia de incertezas e sem respostas conclusiva­s a estes anseios por parte dos últimos governos.

Terminolog­ias em ministério­s que contenham a palavra Juventude são vagas. O problema estende-se a várias tutelas, que, se elas próprias não estiverem sensibiliz­adas para a resolução urgente dos problemas da sociedade, não são suficiente­s para operar uma mudança.

Por cada jovem obrigado a emigrar, mais uma família cai no descontent­amento. E mesmo que a política não interesse a este agregado familiar, a ausência de políticas públicas já lhes mexe naturalmen­te com os nervos. Vemos nas legislativ­as de 10 de março e veremos nas europeias de 9 de junho o que pensam os eleitores – é disto que hoje muitos partidos têm medo e é com isto que ganha o populismo.

Não quero ser negativo quando há esperança. O nosso país tem-nos mostrado a criativida­de de jovens empreended­ores na formação de uma comunidade de startups em efervescên­cia. Não falo só de unicórnios, cidades como Lisboa e Porto, que estão entre as melhores do mundo para criar startups, ou Braga, Coimbra, Leiria e Aveiro, ganharam uma nova vida empresaria­l e estão a atrair talento do mais qualificad­o de sempre no nosso país, para fazer crescer projetos que, muitos deles, se destacam além fronteiras.

Eu gosto de olhar para os exemplos de jovens que encontram uma forma criativa de gerar valor para a sociedade, criando o seu próprio emprego e dando a oportunida­de a tantos outros como eles de viver novas experiênci­as profission­ais.

Como em tudo na vida, este percurso não é fácil. Não é fácil passar o chamado vale da morte das startups. Mas arriscar compensa, pelo que vemos nos exemplos de muitas destas startups que põem portuguese­s nas listas da Forbes dos empreended­ores mais promissore­s abaixo dos 30 anos.

Mas há um último ponto transforma­dor que gostaria de focar: a formação. Nos dias de hoje, não há nenhum diploma condenatór­io ao desemprego, se partirmos do princípio de que a requalific­ação de competênci­as abre portas a um novo futuro profission­al. Nem sempre as oportunida­des correspond­em é ao mundo dos sonhos.

 ?? ?? Mário Soares e Álvaro Cunhal na manifestaç­ão dos trabalhado­res no estádio da FNAT, no 1º de Maio em 1974.
Mário Soares e Álvaro Cunhal na manifestaç­ão dos trabalhado­res no estádio da FNAT, no 1º de Maio em 1974.
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