Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Inovação: agenda internacional para a AP portuguesa
Não fosse a pandemia e Lisboa teria acolhido, em junho, a XIX Conferência Ibero-americana de Ministros da Administração Pública (AP) numa jornada de trabalho rumo à cimeira em Andorra, no final de 2020, sob o tema Inovação e Desenvolvimento Sustentável: Objetivo 2030. Assim, no dia 8 esta conferência decorrerá via telemática, copresidida por Portugal e Andorra (que assume a secretaria pro tempore). Em cima da mesa, estarão temas relevantes do mundo pós-covid, como a organização do trabalho e a capacitação de trabalhadores públicos, transição digital, participação dos cidadãos e envolvimento de governos locais.
A inovação no desafio da covid é também mote do Congresso do Centro Latino-Americano para Desenvolvimento (CLAD) – um dos maiores eventos internacionais de carácter científico sobre AP e reforma do Estado, que Lisboa acolherá num modelo misto de participação presencial e virtual, nos dias 24 a 27 de novembro. Atualmente na vice-presidência do CLAD, Portugal tem sabido aproveitar o contributo desta organização para o conhecimento e formação dos trabalhadores públicos.
A dez anos da meta introduzida pela Agenda 2030 para os objetivos de desenvolvimento sustentável, Portugal afirma-se como país relevante no panorama mundial, enquanto único Estado que pertence a três importantes áreas políticas a nível internacional – Ibero-América, CPLP e UE. Esta pertença traz-nos efetivas vantagens na partilha de boas práticas, experiências e conhecimento, mas também a responsabilidade de servir como ponte e espaço de diálogo entre estes espaços. Este diálogo afigura-se determinante na superação da presente crise global, pela interdependência dos países na produção, utilização e partilha de informação fidedigna e em tempo real para as políticas públicas, designadamente de saúde, cujo efeito multiplicador não conhece fronteiras. Também a prestação de serviços aos cidadãos, reforçada e reinventada no digital e no carácter de proximidade, é prioridade para a recuperação europeia e internacional, guiada pelo mote das Nações Unidas “não deixar ninguém para trás”.