Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
De funcionária sindical a líder da CGTP
O percurso profissional de Isabel Camarinha está desde sempre ligado ao sindicalismo. A dirigente esteve quase 30 anos no Sindicato do Comércio e Serviços. Trabalhou como técnica administrativa no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins, entre 1991 e 2009. Em 2016 foi eleita presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal e coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços, tendo integrado a Comissão Executiva e o Conselho Nacional da Inter há quatro anos, por inerência de funções. Foi eleita secretária-geral da CGTP em fevereiro. É a primeira mulher a liderar a Central Sindical.
Não temos o número de empresas, mas sabemos – temos muitas situações – que houve, por parte das empresas, o aproveitamento desta situação e a tentativa de retirar direitos aos trabalhadores em termos de desregulação dos horários de trabalho, do despedimento de trabalhadores com vínculo precário, etc. Na refinaria de Sines, 700 trabalhadores que estavam há muitos anos em situação precária foram mandados embora. As empresas aproveitam para fazer alguma “limpeza” e isto não pode ser permitido. Houve violação dos direitos de férias e até de outros mais básicos.
A Autoridade para as Condições do Trabalho tem estado bem a fazer a fiscalização dos lay-offs?
descida dos passes. Mas isso acaba por não ser compensado com a situação da relação de trabalho, da falta de trabalho coletivo, da tentativa das empresas de porem por escrito que é ao trabalhador que compete o pagamento desses custos de luz e net. Não pode ser, têm de ser as empresas a suportar.
E horários... Já todos ouvimos dizer que se trabalha mais.
O trabalhador na sua casa não controla o horário, acaba por trabalhar muito mais horas, por estar ao serviço da empresa quase 24 horas. Tem de haver cumprimento da lei – que diz que o trabalhador em teletrabalho tem os mesmos direitos, um deles o horário.
A CGTP comemorou 50 anos há dias. A luta laboral ainda tem a importância que tinha?
Tal como no primeiro dia.
Mas a taxa de sindicalização caiu muito... Sentiu essa fuga?
para reforço das estruturas intermédias do Estado com quadros qualificados e meios tecnológicos, de molde a agilizar avaliação e financiamento de projetos empresariais no âmbito dos novos fundos europeus. Considerando o prazo relativamente curto para materializar a nova geração de fundos, importa que o Estado seja eficiente na atribuição de incentivos comunitários, sob pena de projetos de qualidade não saírem do papel.
presas a gerar mais emprego e receita. Num mercado global tão competitivo, os custos de produção são cada vez maiores devido a impostos diretos e indiretos, enquanto outros países têm custos inferiores, muito graças a impostos reduzidos e investimento público que permite ajudar a essa redução de custo. Era fundamental que neste OE, o governo onerasse menos as empresas nos impostos.
políticas públicas e, em especial, o OE, ganham maior importância enquanto instrumento ativo de política económica. O OE tem de corporizar uma política pró-cíclica de recuperação, ser impulsionador do investimento público e também de adotar um conjunto substancial de medidas (em especial a nível fiscal) que revigorem o tecido empresarial e fomentem o investimento das empresas.
PIB e na criação de postos de trabalho. O investimento em logística é um dos fatores críticos para a competitividade das empresas, com especial destaque para as exportadoras. Exemplos de investimentos, como plataformas logísticas e digitalização dos fluxos logísticos, permitiriam aos produtos nacionais aceder a mercados em condições de melhor competitividade do que os concorrentes. Portugal tem de continuar a apostar nas exportações, mas com isso é importante olhar para as necessidades das empresas de logística, que as apoiam.