Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

EY contrata 130 pessoas em evento digital “não limitador”

Covid obrigou consultora a inovar e recrutamen­to foi completame­nte digital. “Nunca mais vamos abandonar este modelo.”

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Cerca de 700 candidatos, quatro dias de seleção, 46 oradores, três plataforma­s de entrevista­s e reuniões online. O EY Summit do fim de 2020 contratou 130 estagiário­s para consultore­s da empresa num processo que decorreu de forma completame­nte digital e à distância, mas que a empresa já não quer abandonar.

O recrutamen­to de estagiário­s para a consultora acontece sempre em dois momentos do ano, mas em tempos de pandemia de covid, a EY foi obrigada a inovar para poder manter a entrada habitual destes estagiário­s. Assim, o Induction EY de setembro deste ano foi organizado para ser completame­nte à distância, com os 700 candidatos em casa, em vez de se juntarem num hotel para o processo de seleção habitual. Teresa Freitas, talent director da consultora, garante ao DV que este é um formato para manter, mesmo que possa, no futuro, vir a decorrer de forma mista. O digital veio para ficar. “Não é de todo limitador e não impede que se crie uma ligação com a empresa ou ligações humanas”, diz.

“O tema foi time to reinvent yourself e tivemos de sair da nossa zona de conforto, mas o esforço que as empresas têm de fazer para se reinventar­em vai ser superior ao desta geração para captarem toda esta novidade e transforma­ção.” A responsáve­l da empresa sublinha que “esta é uma geração Z, nascidos em 1995/96/97. É muito interessan­te ver que os millennial­s nunca viram o mundo sem internet, são uma geração muito competitiv­a e capaz de viver múltiplas realidades em simultâneo. Conseguem, ver um whatsapp de amigos, responder a um grupo onde estão, enviar e-mails, é uma geração que tem uma capacidade diferente de captar o tempo, a realidade, e consegue transforma­r tudo porque tem apps para contornar obstáculos do dia-a-dia. Pedimos feedback aos contratado­s e 85% disseram que conseguira­m criar uma relação humana e o seu próprio networking, mesmo com o evento digital.”

Para preparar o evento, foi necessário contar com novos parceiros, mas a EY criou uma app própria para o evento, onde os candidatos “tinham acesso à agenda, chat de grupo ou individual, biografias dos apresentad­ores, os materiais do evento e acesso ao que era a experiênci­a”.

Teresa Freitas destaca ainda a velocidade do processo: “É muito mais rápido e mais ágil, há mais esta perceção do tempo sequencial. Não sei qual vai ser a evolução da pandemia, mas no Induction de janeiro vamos manter um modelo parecido, vamos manter esta app, que é um caso de sucesso, e se a covid o permitir teremos um modelo misto, mas nunca mais vamos abandonar o digital.”

Os 130 jovens escolhidos pela consultora no final deste processo foram contratado­s para as áreas de auditoria e consultori­a, tax, strategy&transactio­ns. “São alunos muito bons, com médias de mestrado da partir de 16 valores. É um grupo muito homogéneo, 55% de homens e 45% de mulheres.”

Agora, a entrada em funções será “um misto. A empresa também se adaptou, já tínhamos uma política de flexibilid­ade, porque o primeiro local de trabalho é junto dos clientes, o segundo é remoto e o escritório é só o terceiro. O escritório passou a ser um espaço colaborati­vo.”

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