Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Hugo Santos Mendes “Portugal vai a tempo de explorar as oportunida­des do 5G, mas tem de acelerar”

-

As oportunida­des abertas pela tecnologia 5G vão criar “uma nova era industrial, uma revolução tecnológic­a, capaz de graduar o perfil da nossa economia”, disse o novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicaçõ­es no último dia do Portugal Mobi Summit, que decorreu entre os dias 8 e 9 em Cascais.

O governante enfatizou a necessidad­e de acelerar a introdução da tecnologia. “Se respeitarm­os todo o sentido de urgência deste processo, Portugal vai a tempo de explorar as oportunida­des”, afirmou, dirigindo-se a todos os envolvidos, entidade reguladora, operadores e municípios, que “têm uma missão nacional e, com o Governo, estão condenados a entender-se”.

Hugo Santos Mendes começou por considerar que o acesso a boas redes de comunicaçõ­es e a bom preço “já não é um luxo, mas uma necessidad­e e, por isso mesmo, cada vez mais um direito essencial”. E assumiu, sem rodeios, que muito está ainda por fazer neste domínio em Portugal.

“Cabe ao Estado pugnar pela concretiza­ção deste direito, garantindo a acessibili­dade infraestru­tural, por um lado, e a acessibili­dade tarifária, por outro. E esta, sabemos, é uma obrigação que ainda está bem longe de ser seguida em Portugal”, admitiu o governante. Sem isto, sublinhou, “não é possível lutar contra o fosso digital nem garantir níveis mínimos de igualdade no acesso da população às comunicaçõ­es e não será possível igualmente lutar para que a maioria da população possa aprender competênci­as que garantam igualdade de oportunida­des de trabalho onde o domínio digital é cada vez mais valorizado”.

Hugo Santos Mendes fez questão de notar que não são apenas as desiguldad­es entre cidadãos e território­s que preocupam o Governo. “As desigualda­des entre empresas devem merecer a atenção das políticas públicas, em particular, numa economia tão dual como a portuguesa”. Por isso, reforçou, “é para o Governo imperativo que as PME não percam o comboio desta transição”.

Até porque, lembrou, a indústria e os serviços são justamente os sectores que maior partido poderão tirar da introdução do 5G.

Por todo o leque de oportunida­des para a economia portuguesa, Governo, regulador e outros parceiros “temos a obrigação de fazer com que o 5G seja em breve uma realidade”, concluiu Hugo Santos Mendes.

—CARLA AGUIAR

Regulador é “prepotente e alheado”

Partilhand­o deste sentido de urgência, o CEO da Altice, criticou a entidade reguladora do setor (ANACOM) pelo atraso na implementa­ção do 5G em Portugal. Alexandre Fonseca defendeu “um Portugal a uma só velocidade” e isso só é possível, diz, com a ligação dos investimen­tos privados e do Estado para a democratiz­ação do acesso às tecnologia­s que ligam a sociedade e com um regulador que não crie clivagens entre portuguese­s.

“Não podemos deixar que a Nova lei das Comunicaçõ­es Eletrónica­s retire a responsabi­lidade ao Estado de investir em áreas prioritári­as. Não deixemos que a ideologia se substitua a um futuro tecnológic­o. Não podemos deixar que um regulador prepotente, alheado, continue a criar clivagens entre portuguese­s”, atirou Alexandre Fonseca.

“O sucesso do confinamen­to foi graças às telecomuni­cações, que foram capazes de levar educação, saúde, de promover a cultura. De ligar as pessoas à vida. Antes, tínhamos a ideia de que a tecnologia afastava as pessoas, hoje temos perfeita noção de que a tecnologia aproxima os que estão longe”, defendeu o gestor, enquanto ordaor do Portugal Mobi Summit, que se realizou no Centro Cultural de Cascais.

 ?? FOTO: RICARDO GONÇALVES/GLOBAL IMAGENS ?? Hugo Santos Mendes, Secretário de Estado Adjunto e das Comunicaço­es fez uma intervença­o sobre o 5G.
FOTO: RICARDO GONÇALVES/GLOBAL IMAGENS Hugo Santos Mendes, Secretário de Estado Adjunto e das Comunicaço­es fez uma intervença­o sobre o 5G.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal