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Porto e Norte quer reforços para enfrentar a “feroz competição” de 2021

- —SÓNIA SANTOS PEREIRA

A promoção do turismo do Porto e Norte de Portugal tem agora um só rosto e uma única estratégia. Luís Pedro Martins foi eleito há poucos dias a voz unívoca da região a nível nacional e internacio­nal. O momento para unir as duas entidades de promoção – Associação de Turismo e Entidade Regional – é ímpar. A região preparava-se para ter “o melhor ano turístico de sempre” mas, inesperada­mente, surgiu a pandemia e todas as expectativ­as caíram por terra. O ano de 2020 está perdido e levantam-se agora enormes desafios. O presidente do Porto e Norte de Portugal – a nova marca turística da região – não tem dúvidas em afirmar que o pós-pandemia “vai ser um período de feroz competição entre destinos” e, para ganhar esta batalha, é necessário que o setor “tenha verbas para a promoção como até hoje não foram vistas”.

Luís Pedro Martins reconhece que, neste momento, “a maior certeza é a incerteza” e uma retoma da atividade turística está dependente de uma vacina para a covid-19 ou de um tratamento eficaz. O regresso à normalidad­e nunca será antes da Páscoa de 2021, altura em que espera que surja a vacina. E, se assim for, vão-se acelerar “as máquinas de promoção com toda a força, dinâmica e dinheiro que têm os principais destinos concorrent­es”, como são Espanha, Itália e França. Neste contexto, “importa que o Turismo de Portugal, enquanto principal organismo de promoção do destino, veja as suas verbas reforçadas para as campanhas internacio­nais”, sublinha.

O agora responsáve­l único pela promoção turística do Porto e Norte de Portugal defende a relevância de “se perceber as diferenças entre as várias regiões do país e que às regiões seja permitido ter uma palavra sobre os seus mercados emissores”. Afinal, diz a título de exemplo, “o Brasil foi o terceiro mercado emissor de turistas para o Porto e Norte de Portugal em 2019, mas não é tão relevante para o Algarve, assim como o mercado britânico não é tão prioritári­o para nós”. Nesse sentido, “faço um apelo ao Governo para que haja uma descrimina­ção positiva ao setor, no intuito de haver um reforço de verbas nunca visto, esta situação também nunca foi vista, e não só para o Turismo de Portugal, mas também para as entidades regionais e agências de promoção externa”. Como recorda, logo na primeira fase da pandemia, a região espanhola da Galiza anunciou um reforço nas verbas de 27 milhões de euros para apoiar a retoma do setor. O Porto e Norte de Portugal, entre o orçamento para promoção no mercado doméstico e internacio­nal, tem cerca de três

Até ao final de novembro deverá ser apresentad­a uma nova rota, que vai reunir as quatro do vinho da região norte (Vinho Verde, Douro/Porto, Távora e Varosa e Trás-os-Montes) e a oferta de enoturismo. “Estamos num processo de estruturaç­ão deste produto para que as rotas do vinho e do enoturismo sejam as mesmas para o Porto e Norte de Portugal, para as comissões vitiviníco­las e para o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto”, adianta. Foi criado um grupo de trabalho com as várias entidades destas áreas e está a ser ultimado um regulament­o, que será único para todas as quatro rotas, informação sobre os principais locais a visitar, os equipament­os que oferecem experiênci­as de enoturismo e também os pontos de interesse patrimonia­l. Também neste ano, Luís Pedro Martins quer obter a certificaç­ão dos Caminhos de Santiago da Costa e do Interior, um processo que obriga ao cumpriment­o de uma série de requisitos, como sinalética, existência de albergues, pontos de água e de sombra, serviços de apoio, património, entre outros.

Para 2021, o Porto e Norte de Portugal prepara-se para lançar duas road trips a exemplo do que já sucede com a Estrada Nacional 2. A aposta vai ser nas nacionais 103, que percorre a região a norte, entre Esposende e Bragança, e na 222, estrada que faz a corda sul, entre Vila Nova de Gaia e Foz Côa, e é considerad­a uma das mais belas do mundo.

Luís Pedro Martins, a voz da promoção do turismo da região, lembra que só tem três milhões para vender o destino nortenho.

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Luís Pedro Martins quer que o turismo da região Norte “tenha verbas para a promoção como até hoje não foram vistas”.

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