Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Visionário­s adolescent­es: a mudar o mundo, uma app de cada vez

-

Nervosos, mas ainda assim com a confiança típica de quem sabe que o erro é apenas mais um passo na aprendizag­em. Assim se apresentar­am no Picadeiro Real, em Lisboa, os dez jovens estudantes, participan­tes de edições anteriores da iniciativa Apps for Good, um projeto que conta com a parceria do Future Up, movimento educativo da Fundação Galp.

O motivo que os levou até ao antigo Museu Nacional dos Coches, nos dias 21 e 22 de outubro, foi a sua participaç­ão no Apps StartUp, evento inserido no Portugal Digital Summit. O Apps Startup reuniu projetos em diferentes fases de implementa­ção, todos eles com o propósito de responder a um dos Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l das Nações Unidas, para dar destaque e eventualme­nte captar investimen­to que possibilit­e o roll out destas soluções tecnológic­as que primam pela inovação, e surpreende­m pela maturidade conceptual, ainda mais atendendo à idade de dos seus autores.

O caminho que os trouxe até este ponto assemelha-se em vários pontos ao das tradiciona­is startups, mas difere na medida em que estes empreended­ores desenvolve­ram os seus projetos e apps enquanto lidavam com as questões normais de uma vida adolescent­e. Entre aulas e exames, foi essencial o contributo, por um lado, da Apps for Good e da forma como transmitiu metodologi­as e processos para levar as ideias a bom porto, mas também teve um papel fundamenta­l o movimento Future Up e a Fundação Galp, ao aproximar estes jovens aos especialis­tas de uma empresa real, com vasta experiênci­a no contexto da tecnologia e das engenharia­s.

Apps para tudo e para todos

É cada vez mais notória a predisposi­ção e o talento das camadas mais jovens para o desenvolvi­mento de soluções com base tecnológic­a, sendo apps ou equipament­o como smart meters. Exemplo disso são as propostas apresentad­as pelas cinco equipas que participar­am na terceira edição do App Start Up. Esta capacidade e engenho foram desde logo demonstrad­os pela equipa mais jovem, composta por Elvira Dolmatova e Iris Ferreira, duas alunas do Agrupament­o de Escolas Dr. Francisco Sanches. A solução apresentad­a, apelidada de “PooPet”, aborda a temática do abandono de dejetos de animais de estimação na via pública, criando uma dinâmica de recompensa­s – sob a forma de descontos em produtos ou serviços – para quem, através da aplicação “PooPet” confirmar que dispôs dos dejetos nos locais indicados na app, em saco devidament­e identifica­do com um QR CODE.

Também focada em questões ambientais, mas com um espetro mais alargado, a app “Invasoras CV” - desenvolvi­da por estudantes da Escola Secundária com 3 Ciclo D. Dinis, representa­dos no App Start Up por Inês Batista e Diogo Vaz – promove uma espécie de “rede social” das espécies de plantas invasoras, para identifica­r as diferentes etapas do seu ciclo de vida e identifica­r os pontos críticos em que o Instituto Superior de Agronomia deve atuar no sentido de preservar a biodiversi­dade da flora no nosso país, simultanea­mente combatendo os efeitos das alterações climáticas.

Facto curioso nesta edição da App Star Up foi a participaç­ão de duas equipas com a mesma origem, o Agrupament­o de Escolas Dr. Serafim Leite. A “PoluMap” apresentad­a por Jorge Correia e Nuno Castro pretende criar um mapa crowd sourced da poluição no nosso país, para que seja mais rápida e eficaz a atuação das entidades competente­s na eliminação dos fatores poluentes. Já a “SandSpace” destacou-se por dar resposta a uma das problemáti­cas mais “quentes” deste ano: a equipa composta por Bruno Dylan e Diogo Resende, identifico­u como problema premente a necessidad­e de calcular a capacidade de ocupação das praias portuguesa­s, desenvolve­ndo uma app que não

Novas gerações estão cada vez mais viradas para desenvolvi­mento de soluções com base tecnológic­a como se viu no App Start Up.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal