Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Vinhos Falua querem crescer e entrar em novas regiões do país

- —FILIPE MORAIS

Grupo francês Roullier entrou no capital da empresa e quer usar a Falua para abrir o mercado internacio­nal de vinhos.

A vinha plantada numa zona de calhau rolado da Quinta do Convento pode não parecer o cenário mais óbvio, mas a Falua aproveitou todas essas pedras para apostar em vinhos diferentes. Fundada em 1994, a empresa da zona de Almeirim, nas margens do Tejo, está apostada em crescer e quer novos mercados, fruto da entrada do grupo francês Roullier no capital da empresa. Os franceses viram na Falua uma porta para diversific­ar a oferta e entrar no mercado global de vinhos, até porque os primeiros anos da empresa foram virados para a exportação.

Mas a estratégia pode ser alargada agora ao mercado interno. Antonina Barbosa, diretora-geral e enóloga, explica ao DV como quer “crescer e estar noutras regiões do país. Temos toda uma estratégia para ter mais marcas e estarmos noutras regiões, mas são projetos ainda em negociação”. O primeiro deles toma forma na região dos Vinhos Verdes e é uma aposta que está em fase final de negociação e que poderá estar concluída já no início de 2021. “Queremos que seja um grande projeto e que seja em breve”, diz.

Para isso, há um investimen­to preparado na ordem dos 10 milhões de euros, mas Antonina Barbosa admite que o objetivo não fica por aí. “Falando das regiões mais óbvias, não podemos deixar de pensar no Douro e no Alentejo, por exemplo, e se houvesse a possibilid­ade de estar no Douro, seria interessan­te” para poder alimentar a estratégia de aumentar o portefólio de marcas e regiões, aproveitan­do ainda para reforçar o ganho de notoriedad­e que a região do Tejo tem vindo a recuperar.

Antonina Barbosa reconhece que “era uma região mais conhecida pela produção em quantidade, mas nos últimos dez anos o Tejo está a fazer um bom trabalho” para recuperar a qualidade destes vinhos. “Estamos a conseguir cresciment­o de notoriedad­e e as pontuações dos vinhos têm mostrado isso”, refere.

A acabar de festejar os 25 anos de fundação, a empresa comemora ainda os 20 anos da marca Conde Vimioso e para isso lançou uma edição limitada do Conde Vimioso Vinha do Convento Tinto 2017. Antonina Barbosa é também responsáve­l por esta edição que, conta, “quer dar a conhecer o que de melhor fazemos. Ao longo dos anos fomos selecionan­do os melhores talhões, as melhores vinhas, as melhores barricas. Em 2017 pensámos em ter algo especial, com o coração da Vinha do Convento, onde temos caracterís­ticas únicas no país”. Com 4337 garrafas e um preço de 87 euros, esta edição limitada e comemorati­va está a correspond­er às expectativ­as: “As críticas e pontuações nos concursos internacio­nais têm sido altas. Sentimos que cria as mesmas sensações que nós temos e de que as pessoas verdadeira­mente gostam”, conta.

A Falua conta atualmente com uma equipa de mais de 50 pessoas e uma faturação de cerca de 7 milhões. A operação inicial foi centrada nas margens do Tejo e destinada à exportação, mas a entrada do grupo francês levou “a toda uma reorganiza­ção de base da empresa. O primeiro investimen­to foi na área humana, comercial e depois de produção”. Presente em 131 países, com cerca de 8 mil trabalhado­res e um volume de negócios de mais de 2 mil milhões, o grupo Roullier viu na Falua a possibilid­ade de entrar nos vinhos, estando já implementa­do na nutrição vegetal, algologia, indústria alimentíci­a, produtos agrícolas, renováveis e até produção de plásticos.

“Queremos estar noutras regiões de vinhos do país. Temos estudos de mercado e – não tem que ser já, mas... – queremos crescer.” —ANTONINA BARBOSA Diretora-geral da Falua

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FOTO: DIREITOS RESERVADOS Antonina Barbosa destaca as caracterís­ticas do calhau rolado nos vinhos da Lezíria do Tejo .

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