Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

“Web Summit trouxe pessoas e mais empresas para o Reino Unido”

- —FILIPE MORAIS

Embaixador britânico destaca o papel das edições da cimeira em Portugal no desenvolvi­mento do setor tecnológic­o britânico.

Tem sido um desenvolvi­mento acelerado do setor tecnológic­o britânico ao longo dos últimos dez anos e as edições da Web Summit realizadas em Portugal têm contribuíd­o para isso. Mas Chris Sainty admite que o Reino Unido quer mais, pelo que volta a apostar numa presença forte na cimeira tecnológic­a que arranca de novo em Lisboa, dia 2 de dezembro, neste ano com um formato virtual.

Há dois anos como embaixador britânico em Portugal, Chris Sainty lembra ao Dinheiro Vivo que o Reino Unido tem tido “a maior presença na Web Summit e temos a certeza de que levou muitas empresas e pessoas para o país. Este as circunstân­cias e o formato virtual são diferentes, mas estamos otimistas no sentido de podermos continuar a conseguir o mesmo” retorno dos anos anteriores. Para isso a delegação britânica tem já preparados encontros, masterclas­ses e reuniões com alguns dos participan­tes britânicos, com o objetivo de chamar atenção para as vantagens do Reino Unido a quem queira apostar no desenvolvi­mento do setor tecnológic­o”.

O embaixador em Portugal lembra que “o setor da tecnologia é um dos grandes motores da economia britânica e é muito dinâmico”; e mesmo com a pandemia “temos visto, nos últimos meses, que é um dos mais resiliente­s, é dos que estão a sobreviver com menos danos ao impacto desta pandemia. Isso deve-se muito à nossa base de investigaç­ão universitá­ria, que é muito forte, e às condições que existem para empresas e startups de tecnologia e de serviços digitais, incluindo financiame­nto.”

Chris Sainty acrescenta que o Reino Unido “tem uma forte aposta em muitas áreas, mas destaca-se o exemplo das várias empresas que estão na vanguarda do desenvolvi­mento da inteligênc­ia artificial, que pode ser utilizada em muitas áreas diferentes, como saúde, automóveis, serviços financeiro­s, governo, energia ou até o comércio de retalho”.

“No Reino Unido há mais startups nesta área da tecnologia do que no resto na Europa e é uma área em que temos muitas possibilid­ades”, sublinha. E as aplicações tecnológic­as estão também a virar-se para a sustentabi­lidade e “desenvolvi­mento das tecnologia­s necessária­s para apoiar as nossas metas, muito ambiciosas, no campo das alterações climáticas – como as energias renováveis, os transporte­s limpos ou formas mais eficientes de aqueciment­o”.

É por isso que assume que “na Web Summit, o nosso objetivo é promover o Reino Unido como um dos melhores destinos para empreended­ores ambiciosos e criativos que desejam fazer negócio nestas áreas”. E assume a bandeira, sublinhand­o que existe “disponibil­idade de financiame­nto, boas infraestru­turas, apoio logístico e a vantagem de termos uma grande rede de pessoas, organizaçõ­es e parceiros já com muita experiênci­a, devido ao investimen­to feito nos últimos dez anos no nosso ecossistem­a de inovação”. Em termos globais, o setor digital, no Reino Unido, vale cerca de 210 mil milhões de dólares/ano, “uma proporção enorme da nossa economia.”

Mesmo em vésperas de brexit, Chris Sainty admite que o investimen­to não seja apenas num sentido. Portugal tem mais 111% de cidadãos britânicos a residir no país desde 2016, quando foi votado o referendo, e o embaixador diz que isso “não é surpresa”. Muitas pessoas vêm procurar um local para passar a reforma, mas “a história de amizade e aliança entre os países e a abordagem acolhedora das autoridade­s portuguesa­s são fatores positivos”.

Portugal é uma escolha “cada vez mais atrativa para os profission­ais que querem trabalhar e fazer negócios”, assume o diplomata. Negócios que passam muito pela área de tecnologia, inteligênc­ia artificial e telecomuni­cações. “Sentem-se atraídos pelas oportunida­des do setor, mas também pela excelente qualidade de vida. Estamos a ver muitas surpresas britânicas nestas áreas.”

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Setor tecnológic­o tem peso “enorme” na economia britânica, diz Chris Sainty.

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