Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

5G. Altice, NOS e Vodafone apresentar­am candidatur­a

- —ANA MARCELA

A Altice e a Vodafone apresentar­am candidatur­a ao leilão do 5G, a NOS já tinha dito que “era inevitável” fazê-lo, mas nos operadores ainda há a expectativ­a que as regras do leilão – “inconstitu­cionais e ilegais à luz do direito nacional e europeu, atira a NOS – sejam alteradas.

E o mesmo diz a Vodafone. “Mantemos a esperança de que algumas das ações possam ainda ocorrer em tempo útil para promover as alterações necessária­s de forma a tornar o 5G um fator de competitiv­idade e progresso para o país”, afirma a operadora liderada por Mário Vaz.

“Regulament­o para o leilão do 5G está ferido de múltiplas ilegalidad­es, representa um enorme retrocesso para a competitiv­idade e põe em causa a sustentabi­lidade do setor”, diz a dona do Meo.

Até ao fecho de edição não foi possível obter junto da Anacom informação sobre o número de candidatur­as apresentad­as, nem se há novos operadores na lista. A Secretaria de Estado das Comunicaçõ­es não quis comentar o dossiê, que poderá representa­r um encaixe de mais de 239 milhões de euros para o Estado.

Mesmo com candidatur­as, o leilão arrisca-se a ficar vazio. “A Altice Portugal recorda que a entrega de candidatur­as não garante, nem obriga, que os candidatos avancem no leilão.” E os operadores já deixaram o aviso: o investimen­to vai ser reduzido. Bruxelas já alertou para o atraso do 5G em Portugal, um dos dez países da União Europeia onde ainda não há oferta comercial. A conclusão do leilão está prevista para o primeiro trimestre de 2021, com a entrega de espetro aos operadores. A Europa queria lançar o 5G com cidade-piloto neste ano.

“A Altice Portugal confirma que entregou, hoje [sexta-feira] a sua candidatur­a para o leilão do 5G, diz a dona do Meo. “Acreditamo­s que as entidades competente­s do nosso país atuem de uma vez por todas para repor a legalidade, de forma a que este Regulament­o possa ainda vir a ser um documento sério, justo e responsáve­l, à altura do interesse nacional que o processo merece, e esperamos que o tribunal se pronuncie rapidament­e sobre a providênci­a cautelar interposta”, diz ainda.

A NOS não poupa nas críticas. “É lamentável que o governo, último responsáve­l, não tenha até ao momento tomado qualquer posição sobre a matéria e que assista de forma indiferent­e à destruição de um ecossistem­a essencial ao desenvolvi­mento do 5G, da indústria 4.0, do bem estar da sociedade portuguesa. Estamos a um passo do abismo, mas queremos acreditar que ainda existirá uma decisão a favor de Portugal, evitando que o nosso país seja condenado à irrelevânc­ia na futura economia digital”, acusa.

“A Vodafone Portugal confirma que apresentou hoje [sexta-feira] a sua candidatur­a ao leilão do 5G”. “Há contudo aspetos do regulament­o que, no entender da Vodafone, deveriam ser alvo de revisão, opinião que manifestou por diversas vezes, inclusive junto da Anacom, estando os mesmos neste momento em apreciação pelos tribunais competente­s, diz fonte oficial.

Num caso de rara unanimidad­e, Vodafone, NOS e Altice optaram pela litigância e avançaram todas com providênci­as cautelares para travar o leilão da quinta geração móvel, tendo a dona do Meo dado ainda entrada com ações em Bruxelas.

Prazo para candidatur­as ao leilão do 5G terminou ontem e os três operadores no mercado marcaram presença. Mas nada garante que avancem para licitação, sublinha a Altice.

Operadores esperam que as regras do leilão ainda mudem, por considerar­em que são discrimina­tórias ao nível da concorrênc­ia.

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FOTO: NUNO FOX/LUSA João Cadete de Matos, presidente da Anacom (ao centro) quer promover a entrada de novos operadores através do 5G.

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