Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Rodi Investidos dois milhões para criar produtos de gama superior
A Rodi Industries já foi líder europeia no fabrico de aros e rodas de bicicleta em alumínio, mas deixou de o ser. “E não perdemos nada com isso”, garante o diretor comercial da área de ciclismo. “Tínhamos mais volume de vendas, mas o valor acrescentado não era assim tão grande”, diz Duarte Bernardo. A empresa redirecionou a sua aposta para produtos de gama superior e hoje trabalha com “todos os grandes fabricantes europeus”, fornecendo marcas como a Canyon, Gazelle, Orbea, Scott ou Focus, entre outras. E, já neste ano, investiu dois milhões de euros na aquisição de novos equipamentos para reforçar esta aposta no segmento elétrico.
Com duas áreas de negócio distintas, o fabrico de aros e rodas de bicicletas e a produção de lava-loiças em aço inoxidável, a Rodi conta com cerca de 300 trabalhadores e uma faturação que em 2019 se situou nos 34 milhões de euros. O negócio do ciclismo vale cerca de metade, com as exportações a representarem mais de 90%, para mercados como a Alemanha, Holanda ou Espanha. A empresa de Aveiro começou o ano com uma previsão de crescimento de 3 a 5%, que se vai concretizar, admite Duarte Bernardo, mas com novos clientes e novos mercados. “O mercado espanhol, duramente atingido pela covid, explodiu com os espanhóis à procura de bicicletas para poderem fugir aos transportes públicos, mas também para se exercitarem sem terem de ir a espaços fechados”, diz.
Mais de metade da faturação da Rodi advém das bicicletas elétricas, que obrigou a atualizar o parque de máquinas e contratar mais pessoal. Foram 15 em 2020 e Rui Mendes, diretor geral da área do ciclismo, admite que a tendência se reforce em 2021. Em janeiro chegarão mais alguns equipamentos que permitirão aumentar em cerca de 25% a capacidade produtiva em artigos de maior valor acrescentado. As perspetivas para o próximo ano são de um crescimento a dois dígitos, com a faturação a aproximar-se dos 20 milhões de euros.
Esta é uma empresa familiar, que está na 2.ª geração e começa já a receber os primeiros elementos da 3.ª, e com uma consciência de responsabilidade social muito apurada. Basta ter em conta que a partilha dos bons resultados do ano anterior é habitual na Rodi e 2020 não foi exceção, com cada um dos 300 trabalhadores a receberem, no mínimo, 500 euros. Além disso, desde janeiro, que o salário mínimo praticado na empresa é de 750 euros.