Correio da Manha - Domingo

Miguel Vaz Oliveira, chef do Terroir, em Lisboa,

A gastronomi­a não fazia parte dos planos de Miguel Vaz Oliveira, que já estava na Faculdade de Ciências quando desistiu do Ensino de Física e de Química. Hoje manda na cozinha do restaurant­e Terroir, em Lisboa

- MANUELA GUERREIRO TEXTO MIGUEL BALTAZAR FOTOS

não sonhava com um futuro na cozinha: já estudava para professor de Física quando desistiu da faculdade. Oferece duas receitas: barriga de porco e migas de bacalhau

Tinha aptidão para várias áreas e chegou a inscrever-se em Filosofia e Tradução quando ainda não sabia, ao certo, o que procurava. Optou pelo Ensino de Física e de Química, mas um semestre foi o suficiente para desviar Miguel Vaz Oliveira da Faculdade de Ciências da Universida­de de Lisboa. A sugestão de um amigo colocou-o no caminho certo: “E cozinha, já pensaste?” Foi como uma semente. A ideia cresceu e deu fruto. Miguel Vaz Oliveira foi à procura do futuro no Centro de Formação Profission­al para o Setor Alimentar, na Pontinha, Odivelas. Tinha 21 anos quando terminou a formação e iniciou o estágio no Ritz Four Seasons Hotel, em Lisboa. Hoje, com 43 anos, manda na cozinha do restaurant­e Terroir, na rua dos Fanqueiros.

Findo o estágio, Miguel Vaz Oliveira arrancou para uma carreira que avançou muito depressa. Primeiro, no Hotel da Lapa e, depois, no restaurant­e Verbasco, no Golfe dos Oitavos, da Quinta da Marinha, já como subchefe. “Tinha 24 anos. Foi um cresciment­o demasiado acelerado para o meu gosto porque o que eu queria mesmo era aprender e j á t i n h a u ma e q u i p a d e s e i s p e s s o a s para gerir.” Seguiram-se as cozinhas do 100 Maneiras, Fortaleza do Guincho e do Hotel Albatroz, todos em Cascais. De repente, um convite diferente leva-o para o Alentejo, para a Herdade do Esporão. “Vivi quatro anos no meio das vinhas, foi uma experiênci­a diferente. Tinha-me especializ­ado em peixe e marisco e passei para um projeto muito ligado à terra.”

A crise de 2014 levou Miguel Vaz Oliveira até à Noruega: “Não quis fugir, quis uma vida mais tranquila. Tomei contacto com a cozinha nórdica e fiz a abertura do Gastrobar Vesper Bar, no bairro financeiro de Bjorvika, em Oslo. Passei ainda um ano no arquipélag­o de Lofoten, a zona principal de pesca e transforma­ção de bacalhau.” As saudades de Portugal ditaram o regresso, primeiro para o restaurant­e Largo e, depois, como chef-executivo no Bairro do Avillez . Um novo projeto também ligado ao vinho, o Terroir, atraiu-o logo após confinamen­to. Diz que gosta de fazer “comida boa e o resto é estilo”.

“Vivi vinhasvivi 4 anos no meio das vinhas, foi uma experiênci­a diferente. Do peixe e marisco passei para um projeto ligado à terra

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