NÃO ERA UM SONHO SER COZINHEIRO, MAS APAIXONOU-SE
Fábio Alves escolheu o mundo da hotelaria como saída profissional, mas acabou por se perder de amores. Está na cozinha do restaurante Suba, no Hotel Verride Palácio Santa Catarina, em Lisboa
A base da minha cozinha é portuguesa. Gosto de a reinventar e interpretar à minha maneira
Cheguei ao 9º ano e decidi que tinha de dar um rumo à minha vida. Como nunca esteve nos meus planos ir para a universidade, decidi tirar um curso de cozinha. Sabia que era uma área onde havia trabalho de certeza. Foi uma solução de emprego. O que eu queria era ter uma saída profissional .” Mas a cozinha acabou por conquistar Fábio Alves, que hoje, com 33 anos e uma vasta carreira nahot ela ria,éochef do restaurante Suba, no hotel Verride Palácio Santa Catarina, em Lisboa.
Nascido na aldeia de Vales, em Valpaços, Fábio Alves fez a sua formação entre 2003 e 2006, na Escola Profissional de Chaves. “Após o primeiro estágio, nunca mais me vi a fazer outra coisa. A verdadeira paixão começou com o ambiente na cozinha, o companheirismo, as amizades que se foram criando.”
Fábio Alves começou o trajeto profissional em Chaves, no Forte de São Francisco Hotel, seguiu para o Aquapura Douro Valley e, depois, para o Hotel Sana Silver Coast, nas Caldas da Rainha, onde esteve cerca de três anos. Voltou a Trás-os-montes e passou dois anos na cozinha do Hotel Vidago Palace. A seguir fez-se à estrada em direção a Sesimbra, ao Hotel Sana. Passaram mais três anos. E já que estava tão perto da capital, deu o passo seguinte: “Estou em Lisboa há ano e meio. Os meus amigos até gozam comigo porque eu dizia que nunca viria para Lisboa. E cá estou.” “A base da minha cozinha é portuguesa. Gosto de a reinventar, gosto muito de comer uma feijoada, mas não gosto de fazer a feijoada para o meu cliente. Gosto de pegar nas bases da comida portuguesa, mas, depois, interpretá-las à minha maneira. É uma cozinha de fusão, mediterrânica.” Muito diferente do “assustador” peito de frango com arroz branco, o primeiro prato que cozinhou quando saiu de casa, aos 16 anos. Hoje é na mulher, de origem ucraniana, que lhe ensinou as técnicas de fermentação usadas nas cozinhas do Leste da Europa, que encontra inspirações para novos pratos.