É PRECISO ESTAR ATENTO!
Em Portugal, estima-se que sejam detetados, por ano, mais de 60 mil casos de diabetes. Este número é preocupante, mais ainda porque, segundo o Atlas da Federação Internacional da Diabetes de 2017, Portugal “representa uma das manchas mais escuras da Europa”. A diabetes tipo 2 é aquela que tem maior prevalência em Portugal, e as complicações poderão dividir-se entre agudas e tardias, como nos explica o doutor João Filipe Raposo, da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e Presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia. Nas complicações agudas encaixam-se as hipoglicemias e as hiperglicemias, que poderão necessitar de apoio de urgência. cardíaca, a doença arterial periférica e a esteatose hepática (fígado gordo)”, explica-nos o especialista João Filipe Raposo.
A prevenção é o melhor tratamento para uma atuação precoce, ajudando a diminuir a mortalidade e a aumentar a qualidade de vida. No contexto atual, vive-se um momento de grandes desafios na prevenção e controlo de diabetes, com ensaios clínicos que introduzem fármacos com novos mecanismos de ação. Estes medicamentos atuam ao nível do rim, da inflamação, da parede dos vasos, e influenciam o prognóstico das doenças cardiovasculares. ajuda a manter o controlo e a detetar quaisquer alterações. Anualmente, é também necessária a observação dos olhos, dos pés e a avaliação da função renal. Facilitar as consultas de oftalmologia e os tratamentos necessários à retina é também uma forma de prevenir maiores complicações. “Precisamos de pensar de modo diferente em relação à diabetes” O especialista João Filipe Raposo acredita que o modo como se pensa e se trata a doença deve ser remodelado, definindo “novos modelos de acompanhamento, que não fragmentem os cuidados prestados”. Para o especialista, atualmente, adaptam-se as pessoas e a doença a estruturas de cuidados que não foram desenhadas especificamente para a diabetes.
Como mensagem-chave, João Filipe Raposo remata: “A diabetes é também (mas nunca só) um problema de responsabilidade individual.” O especialista defende a responsabilidade individual de manter e melhorar a saúde, de fazer escolhas mais saudáveis. O diagnóstico precoce é passo fundamental e, depois, o acompanhamento contínuo e adequado. Equipas devidamente qualificadas, acesso a medicamentos e dispositivos de auxílio são de extrema utilidade, mas apenas poderão fazer a diferença se o doente os usar de forma correta e os integrar na sua vida, em conjunto com um estilo de vida saudável e com a prática adequada de exercício físico.