O percurso do chef Ilídio Barbosa,
Trabalha na hotelaria desde os 14 anos, gosta de criar pratos novos, mas a burocracia afasta-o dos tachos. Manda na cozinha do restaurante Porto Novo, do Sheraton do Porto, e diz que um chefe tem de ser amigo
do restaurante Porto Novo, no Sheraton do Porto, já o levou à ONU, em Nova Iorque, onde cozinhou para os líderes do mundo. Deixa-nos duas receitas: ossobuco de tamboril e lombinho de cordeiro
Deixou Paredes de Coura para trás, aos 14 anos, e foi trabalhar, como ajudante de cozinha, no restaurante do Hotel Dona Filipa, muitos quilómetros a sul, no Algarve. Foi-se apaixonando e alimentando o prazer de cozinhar para os outros. Aos 16 já era o braço-direito dos cozinheiros. Hoje, aos 53, Ilídio Barbosa está à frente de uma vasta equipa - cerca de 40 pessoas – do restaurante Porto Novo, do Sheraton Porto Hotel & Spa, onde oferece uma carta ‘gourmet’ mediterrânica. Ali podemos comer, por exemplo, um arroz de feijão com pataniscas, de aspeto requintado. “Faço uma cozinha mediterrânica, que é onde me sinto bem, muito na base da nossa cozinha tradicional ,alterando a apresentação, mas indo ao encontro dos sabores.” Com tanta gente à sua volta, diz que o principal desafio são, precisamente, os recursos humanos. “Um chefe tem de ser amigo. Para ter as pessoas estáveis, é preciso ser paciente nos momento mais difíceis que elas têm. É a parte que considero difícil de dominar.” Gosta de arriscar na cozinha e de criar pratos novos. Não põe tantas vezes ‘a mão na massa’ porque o trabalho de escritório não deixa, mas há dias em que lhe sabe bem pegar no kit das facas para arranjar o peixe.
Enquanto seguia o seu trajeto profissional, o chef Ilídio Barbosa arranjou tempo para se formar em Gestão e Produção de Cozinha, na Escola de Hotelaria e Turismo de Faro. Ficou 22 anos no Algarve, tendo trabalhado noutros restaurantes, como o
Clube de Golf S. Lourenço e o Meridien Penina. Seguiram-se experiências de sucesso que o levaram ao estrangeiro, designadamente a Nova Iorque. Durante nove meses teve oportunidade de mostrar a cozinha portuguesa num dos refeitórios da sede das Nações Unidas. “Foi uma experiência muito agradável, servíamos entre 1000 e 1200 almoços por dia, a pessoas de várias nações. Funcionava à base de ‘buffet’, mas as figuras mais importantes, como os ministros, comiam em salas de 20, 30 pessoas e tinham um menu diferente. Eu era responsável pela confeção de alimentos frios, saladas e pastelaria, e baseava-me nos nossos produtos: gosto de dar a conhecer o produto português.” Em 1999 regressou ao Algarve. Foi finalista do Curso Chefe Cozinheiro do Ano em 2003 e 2005.
“Um chefe tem de ser amigo. Para ter as pessoas estáveis, é preciso ser paciente nos momento mais difíceis