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STEVE HINDY «QUANDO SE COMEÇA A BEBER ARTESANAIS NÃO SE VOLTA ATRÁS»

- POR LUÍSA MARINHO FOTOGRAFIA DE PEDRO GRANADEIRO/GLOBAL IMAGENS

Depois de ter passado cinco anos como correspond­ente no Médio Oriente da Associated Press, o norte-americano Steve Hindy voltou à sua terra natal e trocou o jornalismo pela cerveja. Em Nova Iorque abriu uma das primeiras cervejaria­s artesanais que contribuiu para a chamada «revolução da cerveja artesanal»: a Brooklyn Brewery. Steve Hindy esteve no Bonaparte Baixa, no Porto, para apresentar a cerveja que começa agora a ser distribuíd­a em Portugal.

Teve contacto com cervejas caseiras quando era correspond­ente no Médio Oriente. Como aconteceu isso?

Na Arábia Saudita, onde o álcool é proibido, havia diplomatas americanos que conseguiam arranjar ingredient­es para fazerem as suas próprias cervejas. E foi com eles que comecei a beber.

Também fez cerveja enquanto estava no Médio Oriente?

Eu não conseguia. Só comecei a fazer quando regressei a Nova Iorque.

Foi um autodidata?

Sim. Aprendi por mim na minha cozinha.

Quais as primeiras cervejas que fez?

As minhas favoritas eram as mais escuras, porters e stouts. É possível fazer ótimas cervejas caseiras destes estilos.

Continua a preferir as cervejas escuras?

Na verdade, tenho cerveja à pressão em casa e agora está lá uma sour [um estilo de cerveja mais ácido]. Gosto de ir fazendo experiênci­as em casa. Quando saio para beber, a minha favorita é Brooklyn Lager.

Quando fundou a Brooklyn, em 1987, os norte-americanos conheciam as cervejas das grandes indústrias. Como se conseguiu mudar mentalidad­es e gostos?

Fiz muitos jantares e provas de cerveja para educar as pessoas. Os jantares são melhores. Quando se faz uma prova de seis ou sete cervejas, as pessoas começam a ficar embriagada­s. Por isso, não prestam atenção. Mas com jantares, comem enquanto vão bebendo e estão mais atentas. Depois, quando se começa a beber artesanais, não se volta atrás.

Considera a ligação entre cerveja e comida essencial?

É essencial devido a estas razões práticas, mas também porque a cerveja é uma bebida muito versátil. Há muitas comidas que não ligam assim tão bem com o vinho. A ideia de, por exemplo, ligar vinho e queijo, para mim não faz sentido – é uvas e leite. Agora, cereal e leite ligam muito melhor.

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