Evasões

SUSHIC DE VOLTA ÀS ORIGENS

- TEXTO DE MARLENE RENDEIRO FOTOGRAFIA DE ORLANDO RIBEIRO/GLOBAL IMAGENS

Muitos telefonema­s e mensagens depois, Hugo Ribeiro consolou a alma (e a gula) dos fãs do seu Sushic, ao voltar a instalá-lo no coração da cidade onde o restaurant­e nasceu. Na algibeira, trouxe muitas ideias para este recomeço.

Não há pão nem manteiga à mesa, indício da fidelidade à gastronomi­a asiática. O que não significa que se esqueça a portugalid­ade. Mas já lá vamos. Primeiro, importa saber que o Museu da Cidade é a nova casa do Sushic em Almada, depois de um primeiro restaurant­e junto à rotunda do Centro Sul, seguido de uma estada no hotel Mercure Lisboa Almada. Até que o contrato terminou e Hugo Ribeiro esperou por um novo espaço até julho. «É um trabalho em progresso», admite Hugo, enquanto aponta para o mural de uma gueixa na parede, que ainda vai ganhar outras pinceladas do artista Mike Aymes.

Por agora ainda sabe bem explorar a reformulad­a carta do chef Pedro Rezende. A começar pelo

couvert, com chips de alga nori para molhar em kimchi e ainda um minitártar­o de peixe do dia e da nossa costa. As ideias vindas do mar são muitas, com Hugo Ribeiro a trabalhar num menu de degustação com produtos da arte xávega para um futuro próximo. Por enquanto pode-se ir provando o menu executivo ao almoço, de segunda à sexta (16,50 euros), uma boa oportunida­de para conhecer uma carta com muito para explorar além do peixe cru.

Na memória ficam as tempura: de legumes, para envolver num caril aromático tailandês (10,50 euros), ou de caranguejo de casca mole (13,50 euros) numa coentrada que faz lembrar o Alentejo. Uma região cuja influência volta a espreitar no usuzukuri sakana, um corte entre o sashimi eo carpaccio, em que as finas fatias de peixe branco são braseadas com gordura de porco ibérico e servidas com crocante de broa de milho. Também um crumble deste pão é usado no nigiri de sardinha.

A história em comum de Oriente e Portugal só termina à sobremesa, quando uma circunferê­ncia de massa folhada se junta à especiaria (a canela, neste caso) e a um crème brûlée para recriar o sabor de um... pastel de nata.

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