PORTO A INVICTA TORNOU-SE GALERIA
Há enormes murais na cidade que podem ser descobertos espontaneamente ou em visitas pontuais organizadas pela câmara municipal.
Foi em abril de 2014, após muita tinta apagada das paredes do Porto, que nasceu o primeiro mural legal, de grandes dimensões. A ilustração que retrata três personagens de Dom Quixote de La Mancha foi assinada pelos artistas Mots, Mesk e Fedor, e a iniciativa partiu de uma parceria entre o projeto RU+A e a Circus Network, uma agência focada em divulgar a cultura nacional.
Aconteceu também nesse ano o evento Street Art Axa Porto, com artistas urbanos portugueses e estrangeiros convidados a intervencionar as paredes do edifício AXA, na Avenida dos Aliados, com pintura, gra
fitti, instalações, stencil e paste up. Apesar de ter acontecido dentro de portas, foi um sinal de que a cidade começava a abraçar a arte urbana.
Pouco depois, arrancou o festival Push Porto, dedicado à ilustração e arte urbana, pela mão da Circus Network. Três dos cincos murais pintados na altura ainda podem ser apreciados na Rua de Camões, o da autoria do Coletivo RUA e Breakone, na Rua do Moreira, de Mesk e Third, e na Praça Coronel Pacheco, assinado por Vidam e LOOK the Weird.
Em 2014, a câmara convida Hazul Luzah e Mr. Dheo para dar cor às paredes do parque de estacionamento da Trindade. O resultado são duas enormes obras. A de Hazul retrata a figura feminina e a de Mr. Dheo homenageia o pai e a cidade. Paralelamente, é também aberta uma convocatória para os artistas pintarem as caixas de eletricidade da EDP iniciativa que já correu várias ruas, estando agora a acontecer na zona do Bolhão.
Seguiu-se o Locomotiva, um projeto da Porto Lazer que dinamizou a zona da estação de São Bento com música, exposições e uma galeria, e que também trouxe obras a céu aberto. Quem És, Porto?, um enorme mural de azulejos, pensado por Miguel Januário (±MAISMENOS±), que contou com participação dos portuenses, pode ser apreciado na Rua da Madeira, assim como a obra Clou
ds, uma pintura a preto e branco, conseguida recorrendo à técnica stencil, da autoria dos italianos Sten & Lex. No ano passado, o muro que sustenta os jardins do Palácio de Cristal passou a chamar-se Mural Coletivo da Restauração e a cada ano é ali executada uma obra, escolhida em concurso. Atualmente, são sete as obras expostas, de Sabrina Lima, My Name Is Not Sem, Bella Phame, Heitor Corrêa, Vírus, Flix e Contra.