A ALEGRIA DE SAIR DA ROTA
Às vezes, os melhores passeios são aqueles que acontecem nas margens das viagens planeadas. Quando nos ocorre fazer um desvio e o fazemos, sem darmo-nos tempo de ponderar nos prejuízos para a rota projetada. Em boas horas isso aconteceu comigo e com a minha família nos passeios dos últimos meses porque nos recheou de boas memórias. Uma ocasião, saímos cedo para passar a manhã em Conímbriga e, munidos de uma Evasões sobre os bons lugares de comer em Coimbra, era lá que íamos almoçar, para depois desaguar no Portugal dos Pequenitos. Porém, sentindo apetite bastante para almoçar logo em Condeixa-a-nova (onde ficam as ruínas romanas de Conímbriga), paramos no primeiro lugar que nos pareceu simpático, a Churrasqueira Veloso – há alguém que não se conforte com frango de churrasco? Só que não era um frango grelhado qualquer, era uma carne tenra com uma pele estaladiça, acompanhada com migas de broa que sonhamos repetir. Saímos de lá consolados, para logo acima descobrirmos a porta aberta da Casa-museu Fernando Namora, onde eu me pude sentar, fascinada, na secretária onde trabalhava um escritor de que eu gosto muito. Quando nos perdemos na ilha açoriana de São Miguel, resistimos a ligar o GPS para, por duas vezes, nos mantermos na beleza na descoberta. Também estou grata ao impulso de sairmos da autoestrada Lisboa-porto para visitar o Mosteiro da Batalha, onde não ia desde criança. Foi uma experiência encantatória para todos, que à conta de ver o mosteiro conhecemos o restaurante Dom Duarte, tão simples quanto certeiro na comida. Logo a seguir, entendemos prolongar o desvio e ir até Tentúgal, para comer os pastéis da Pousadinha, que tínhamos visto na televisão. A paragem digestiva foi no Castelo de Montemor-o-velho, a rematar o melhor regresso a casa aldrabado de sempre.