BARBARA ABDENI MASSAAD «A SOPA ENCHE O CORPO E A ALMA»
LIVRO Gastrónoma, fotógrafa e colaboradora regular de inúmeras publicações internacionais, a libanesa Barbara Abdeni Massaad não conseguiu ficar indiferente ao drama dos refugiados sírios e resolveu mobilizar chefs de todo o mundo, Portugal incluído, para
Não é a sua primeira vez em Portugal, antes da versão portuguesa deste livro já cá tinha estado a ajudar Ezzat Ellaz a lançar o restaurante Muito Bey, em Lisboa — a cozinha e os chefs portugueses são-lhe familiares?
Tenho alguma familiaridade pelo facto de já ter estado aqui quatro vezes e por um dos meus melhores amigos ser luso-americano, casado com uma libanesa, que cozinha sempre para nós. Claro que ter estado no terreno, a pesquisar, para criar o menu do Muito Bey, também me ajudou a entender um pouco melhor a vossa cena gastronómica.
Qual a razão de ter elegido a sopa como protagonista deste livro de receitas?
A sopa é uma parte essencial da dieta de muitas culturas no mundo inteiro; acredito que enche o corpo e a alma.
À escala global, os chefs ganharam imensa visibilidade, o que faz deles interlocutores privilegiados – foi fácil convencer oitenta cozinheiros e food writers a participar num projeto como este?
Foi. Trata-se de uma causa humanitária e esta é uma excelente forma para eles darem o seu contributo.
Há quem acuse a comida de estar a gerar, hoje, demasiado burburinho mediático mas todos precisamos de comer – livros culinários com este propósito solidário são uma forma de redenção numa sociedade de excessos?
A mensagem deste livro é muito clara: queremos tocar as pessoas através da comida. É um grito de ajuda e um alerta para nos fazer pensar que os refugiados sírios não são assim tão diferentes de qualquer um de nós – poderemos vir a passar pelo mesmo (alguns de nós já o viveram).
Uma mensagem do tipo «façamos comida, não guerra»?
Sem dúvida!
A contribuição portuguesa, como se deu?
Contei com a ajuda do [ator] Pedro Carvalho e do Ezzat Ellaz, que não só convidaram os chefs de cá como conseguiram convencer a [editora] Casa das Letras a publicar o livro em português. Foi um sonho tornado realidade.