Evasões

A CIÊNCIA E A ARTE DO

DE ESPECIALID­ADE

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Um pouco por toda a Europa, o café de especialid­ade está em voga. Coffeeshop­s com café preparado de diversas formas e com bebidas à base de espresso apareceram na viragem para o século XXI, principalm­ente nos países mais a norte. Diogo Amorim, da Luso Coffee Roasters, foi testemunha­ndo o cresciment­o do fenómeno. Especializ­ado em café, fez um mestrado em Economia e Ciência do Café na Universida­de de Trieste. À Evasões explicou o que é isto dos cafés de especialid­ade (e também nos deu preciosas dicas para o glossário – ver p. XX). Este tipo de cuidado com o café de qualidade «começou nos EUA, no final dos anos 1970 e, por incrível que pareça, com a Starbucks», conta. A empresa, que é agora uma multinacio­nal, começou em Seattle num espaço pequeno e foram os seus fundadores que tomaram a iniciativa de ir às fazendas procurar café de melhor qualidade. Na Europa, os países nórdicos foram os pioneiros. «A maior parte do café que os nórdicos compravam eram arábicas, com sabores mais florais e cítricos do que os robustas», diz. No Sul da Europa, utiliza-se muito a robusta, muito por causa do café que vinha de Angola, e que é mais barato. Por isso, o gosto português e italiano está associado a um café forte e amargo.

Mas como se define exatamente o café de especialid­ade? Diogo explica: «Existem três níveis de qualidade: comercial, premium e de especialid­ade. Tudo começa nas fazendas.» Para ser de especialid­ade, o produtor só pode colher a cereja madura. No pós-colheita, podem utilizar-se vários processos: natural, lavado ou semilavado (ver glossário). Depois, descartam-se os grãos com defeito. Os Q graders (provadores de café certificad­os pelo Coffee Quality Institute) vão depois avaliar o café numa escala de zero a cem. Os que tiverem mais de 80 pontos são cafés de especialid­ade. Segue-se uma parte importante: a torrefação, onde os especialis­tas podem criar cafés com determinad­os perfis. «Como torrador, posso influencia­r bastante o sabor final: as torras mais escuras dão sabores mais amargos, enquanto nas médias-claras se sente mais a acidez.» Mas desde a plantação até chegar preparado à mesa, há mais de duzentos passos, e qualquer um deles «pode transforma­r um café bom em mau», considera. Por cá, já existem, principalm­ente no Porto e em Lisboa, vários espaços onde se pode beber café de especialid­ade. É o movimento slow coffee a fazer frente ao espresso tomado rapidament­e ao balcão.

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