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UM CAMPO DE PORTAS ABERTAS EM BRAGA

BRAGA O Campo das Hortas é agora um largo cheio de vida e cheio de lugares para bem comer, do mais tradiciona­l ao mais contemporâ­neo, mas nem sempre foi assim.

- TEXTO DE RITA VILAÇA. FOTOGRAFIA DE LEONEL DE CASTRO/GI

Entre o sushi e o cabrito assado: roteiro porta a porta, num largo cheio de boas mesas e boas histórias.

Esta praça bracarense fica bem perto do centro da cidade, no final da Rua do Souto, mas, no passado, era um lugar periférico, ao fundo de uma encosta para onde escorriam os esgotos. Diz-se que vem daí a expressão «Vai abaixo de Braga», eufemístic­a forma de despachar alguém para um lugar... desagradáv­el. Porém, terá sido essa carateríst­ica que a tornou fértil para as hortas do arcebispad­o, daí a toponímia.

Esta praça fica logo a seguir ao Arco da Porta Nova, projetado pelo arquiteto do barroco bracarense André Soares, a partir da Torre da Porta Nova, a última aberta na muralha fernandina da cidade. Este arco sem porta também estará na origem da pergunta que se faz àqueles que deixam as portas abertas: «És de Braga?»

No centro desta praça, que fica a dois passos da Sé de Braga, está a Fonte do Campo das Hortas, mandada construir pelo arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus, em 1594. Em redor, há alguns dos bons restaurant­es tradiciona­is (o lugar com mais cabrito assado e pudim Abade de Priscos da cidade), mas também alguns novos espaços de cozinha contemporâ­nea.l

1 DOMUS VINUM LARGO NOSSA SENHORA DA BOA LUZ, 12

Vinhos de todas as regiões portuguesa­s, a acompanhar petiscos que saem para a esplanada virada ao Campo das Hortas ou então para o interior acolhedor, deste bar que se instalou numa casa com 350 anos. As paredes de pedra ficaram à vista, a combinar bem com as traves e os pipos de madeira da decoração. Está aberto nas noites de quarta a segunda.

2 CASA DAS HORTAS, Nº12

O Casa das Hortas abriu em 2016, com uma aposta na comida minhota e nos produtos biológicos, provenient­es da quinta dos proprietár­ios, em Vila Verde. Para acompanhar as carnes, especialid­ade da casa, como a posta ou as costelas de vitela na brasa, há sempre alvarinho de Melgaço ou vinhão de Ponte da Barca. Abre todos os dias, menos segunda-feira. Preço médio: 22 euros.

3 A. MONTEIRO, Nº13

O barro chega das Caldas da Rainha e é moldado numa oficina em Santa Lucrécia de Algeriz até chegar aos azulejos desta loja de António Monteiro e da mulher Akiko Ivone, de origem japonesa.

4 O ALEXANDRE, Nº10

Desde 1992 que O Alexandre junta Amélia Antunes, o filho e o marido, ambos Alexandre, e a filha, Alexandra. Além do bacalhau à Braga, na carta há entrecosto e cabrito assado. E nunca faltam rabanadas e pudim Abade de Priscos. Preço médio: 20 euros . Encerra às quartas.

5 CRUZ SOBRAL, Nº7

Este restaurant­e familiar abriu em 1926 e o forno a lenha vai continuar a servir as duas salas, todos os dias. «Viu uma guerra mundial e o 25 de Abril, e vai continuar, porque os meus filhos e netos já andam por aqui», revela o proprietár­io. Na carta, há tripas com mão de vaca, o bacalhau à Braga e cabrito fazem parte. Encerra segunda. Preço médio: 22,5 euros.

6 BEM-ME-QUER, Nº 5

José Dias é o rosto do restaurant­e que está na mesma família há seis décadas. A cozinha minhota é a especialid­ade e assim na carta o cabrito assado surge ao lado da pescada à beira-mar.recentemen­te, foram criadas propostas vegetarian­as. Preço médio: 22 euros.

7 INÁCIO, Nº 4

«Aqui é tudo original, desde as traves de madeira no teto até à lareira», diz Fernando Sobral, à frente do Inácio desde 1986. Do forno a lenha sai o cabrito e a vitela e do fogão os rojões à moda do Minho e o bacalhau à Braga. Na carta de bebidas, destaca-se o vinhão de Ponte da Barca e, nos doces, o pudim Abade de Priscos. Preço médio: 17,50 euros.

8 GIN LOVERS, RUA ANDRADE CORVO Nº40

Abriu em 2013 quando o gin ainda não estava na moda em Portugal. Inspirado nas casas de gin do Soho de Londres, este Champagne & Gin Club serve várias marcas, destacando-se o Ferdinands Gold Cap, um premium, e o Nordés, gin espanhol com uva alvarinha. De Braga, há o Valley, inspirado no Gerês. Neste espaço pode-se beber gin entre os 7 e os 25 euros, nas noites de quarta a sábado.

9 SEIKÖ, RUA ANDRADE CORVO Nº48-52

Aberto desde julho, o Seiko serve comida japonesa de fusão, com a possibilid­ade de todos os dias almoçar ou jantar festival de sushi. Da carta, destacam-se os carpacios de salmão e atum e o dragon maki. Preço médio: 30 euros

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