A ARTE DE BEM RECEBER
É uma guest house que tem tudo para que os hóspedes se sintam em casa, envoltos no ambiente burguês de um edifício desde sempre ligado às artes e com um toque de Vila Real.
Afachada, os tetos minuciosamente trabalhados, o soalho e os rodapés, as paredes de granito e a elegante escadaria ainda são os originais da casa burguesa construída no final do século
XVIII. «Estava tudo tão bem conservado que quando aqui chegámos o objetivo foi conservar o máximo que conseguíssemos», conta Sónia Cruz, proprietária desta nova guest house voltada para o Palácio de Cristal.
Já foi escola de artes plásticas, e depois galeria – a famosa 111 –, menina dos olhos de Manuel de Brito, um dos primeiros e mais importantes galeristas portugueses do século XX. Agora é um alojamento de charme, com o conforto de um lar, a elegância
caraterística de um casario portuense e a jovialidade de uma decoração moderna.
Com a Predicados do Douro Palace, Sónia e o marido, Maurício, queriam receber como se fosse em sua própria casa, e levaram o intuito à letra. Naturais de Vila Real, de lá trouxeram as tapeçarias, as placas tipográficas que dão as indicações pelo espaço e até os vasos do jardim, feitos com barro preto de Bisalhães, classificado como Património Cultural Imaterial da UNESCO. «Temos orgulho do que é nosso e queríamos fazer tudo o que fosse possível com as pessoas da nossa terra», explica Sónia.
A unidade é composta por nove quartos que vão desde
o standard, com cama de casal, às suítes pensadas para famílias, caso do estúdio, que inclui dois quartos, sala de estar e kitchenette equipada. E ainda um apartamento independente, no encantador jardim escondido atrás do edifício. Comum à maioria são as largas entradas de luz, que iluminam todos os pormenores de design, até a parede pincelada de padrões coloridos.
Todos os dias, os hóspedes têm direito a um docinho no quarto. De manhã, basta descer à sala de pequeno-almoço – que também é sala de estar com confortáveis sofás e uma televisão – para provarem alguns bolos caseiros que Sónia prepara como se fossem para a família. «Procuro fazer o que se fazia em casa da minha avó e da minha mãe», lembra. O espaço dispõe ainda de garrafeira com uma vasta seleção de vinhos nacionais e uma única cerveja artesanal, a Bila. De Vila Real, pois claro.
Aqui, os dias de sol começam por espreitar entre as janelas no quarto e podem ser aproveitados na frescura do jardim ou a explorar os meandros da cidade, seja pelos jardins do Palácio de Cristal ali em frente, com uma das melhores vistas sobre o rio Douro, ou pelo Quarteirão das Artes, a dois passos do hotel. Seja qual for o percurso, no regresso, ao entrar pela porta azul-escuro, é como se estivesse a chegar a casa.