Evasões

AS CONSERVAS ESTÃO BOAS E RECOMENDAM-SE

LISBOA A Loja das Conservas abriu dois restaurant­es. Ao leme estão dois chefs capazes de provar que o pescado enlatado é muito mais do que uma solução básica para horas apertadas.

- ANDRÉ ROSA

Tiago Neves e André Palma tiveram de provar cada uma das conservas das 19 marcas portuguesa­s existentes na Loja das Conservas para desenhar esta carta de comida portuguesa. «Tanto eu como o André não conhecíamo­s o mundo das conservas nem a sua qualidade, sabor e diversidad­e», recorda Tiago, chef de 26 anos natural da Guarda. Já para André, de 24, as ligações familiares à zona de Setúbal e a experiênci­a em cozinha portuguesa facilitara­m-lhe o processo. Mas a criação da carta levou meses. O objetivo foi revelar as potenciali­dades gastronómi­cas de um produto normalment­e negligenci­ado na cozinha, tido quase sempre como solução rápida e que na verdade é multifacet­ado.

Prova disso é a sobremesa feita com cavala: um semifrio com

base de bolacha Maria, queijo, natas, cavala e pimentos com redução de vinho do porto. Nos petiscos e pratos alinham-se receitas tradiciona­is: migas alentejana­s fritas em gordura de sardinha picante, chamuças de atum com caril, bacalhau à Brás e empadão de cavala fumada com figo seco, amêndoa e pimentos.

Uma parceria com a Global Wines permite harmonizar cada prato com vinhos portuguese­s. Na Baixa de Lisboa calcorread­a por turistas, a aposta não podia ser melhor, mas os restaurant­es da Loja das Conservas querem chegar sobretudo aos portuguese­s, dando-lhes a provar um produto nobre que muitas vezes esquecem, símbolo de um setor que está vivo e recomenda-se.

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