Evasões

COMER E PASSEAR EM COIMBRA

Nesta rua onde as árvores dão flores amarelas e roxas, as cores da bandeira da cidade, há uma francesinh­a famosa, um recinto desportivo habitado por sapos-parteiros e uma casa de chá que é mais do que isso.

- TEXTOS DE CARINA FONSECA FOTOGRAFIA­S DE MARIA JOÃO GALA/GI

Nesta rua em Santa Cruz, as flores cobrem o chão com as cores da cidade. E é aqui o famoso Jardim da Sereia.

Arua deve o nome a Lourenço de Almeida Azevedo, professor da Faculdade de Medicina e presidente da Câmara Municipal de Coimbra no século XIX. Diz fonte da autarquia que, a 14 de novembro de 1889, a mesma «deliberou mandar abrir uma rua que partisse do ângulo nordeste da Praça D. Luís (atual Praça da República) e fosse terminar próximo de Celas. Em dezembro do ano seguinte foi aprovada a planta, da autoria do engenheiro João Teófilo da Costa Góis, que partindo daquela praça iria encontrar a estrada de Celas, junto à Quinta da Rainha». Começou a ser aberta em 1891 e pavimentad­a em 1904. Entre o final da primavera e o início do verão, ganha um tapete natural colorido, cortesia dos jacarandás e das tipuanas que a enfeitam com as suas flores roxas e amarelas, as cores da bandeira de Coimbra. Essa pintura em dois tons coincide com a altura em que se celebra o dia da cidade: 4 de julho.

01 NS HOSTEL & SUITES | 3/4

Natália Freitas Silva abriu este hostel há cinco anos, num edifício de 1930, recuperado, bem no coração da cidade. Existem 19 quartos, de diversas tipologias. O pequeno-almoço está incluído nas tarifas, que começam em 15 euros, dormindo em beliche, ou em 48 euros, caso se opte por um quarto duplo com casa de banho privativa. Os hóspedes têm acesso a cozinha, terraço e sala de cuja varanda se vê a Praça da República e o vizinho Jardim da Sereia.

02 JARDIM DA SEREIA

O Parque de Santa Cruz, construído entre 1723 e 1752, e conhecido como Jardim da Sereia, pertenceu ao Mosteiro de Santa Cruz e foi lugar de meditação dos monges. Na entrada principal, pela Praça da República, merece atenção o pórtico de três arcos, ladeado por dois torreões de cobertura piramidal. Entrando, sobressaem o recinto do Jogo da Péla, com a cascata em fundo, e a escadaria que conduz à Fonte da Nogueira, com a escultura de um Tritão a abrir a boca a um golfinho de onde jorra água para uma concha – daí o nome Sereia.

03 CASA DE CHÁ | S/N

Serve chás, sumos, crepes e scones. Mas a Casa de Chá do Jardim da Sereia «não é só uma casa de chá», sublinha a coordenado­ra,

Aline Santos. Naquele espaço, pertencent­e à câmara e gerido pela Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra, trabalham três empregados de mesa com deficiênci­a: uma pessoa com Síndrome de Down, uma com autismo e outra com atraso de desenvolvi­mento. O objetivo é permitir a sua integração profission­al e «contribuir para mudar um pouco a perceção que o público em geral tem das pessoas com deficiênci­a mental». Abre diariament­e das 13h00 às 20h00.

04 CAMPO DE SANTA CRUZ | S/N

O Campo de Santa Cruz, gerido pelo Conselho Desportivo da Associação Académica de Coimbra (AAC), tem uma «utilização desportiva intensa» por parte de secções como as de futebol, rugby e não só, explica o secretário-geral, Miguel Franco. Isso não o impede de ser habitado por uma comunidade de sapos-parteiros, que convive pacificame­nte com os estudantes. O espaço, que foi inaugurado em 1918, esteve fechado para obras e reabriu em 2008, guarda muitas memórias, como se nota pelas fotografia­s expostas no bar, de onde saem sobretudo cerveja e tostas. Das 17h00 às 02h00. Não encerra.

05 KYOTO HOUSE | 24, R/C

Quando se chega ao número 24 em busca de comida japonesa, há que escolher entre dois estabeleci­mentos com propostas e ambientes distintos. Em baixo fica o restaurant­e e bar Kyoto House, onde se come por valores mais acessíveis, destacando-se o rodízio. O espaço tem um jardim com esplanada e carta de bebidas a condizer. Inclui cocktails, gins, vinho a copo e cervejas, sendo uma delas a japonesa Sapporo. Abre todos os dias ao almoço e ao jantar.

06 ISHI | 24, 1.º ANDAR

Subindo, encontra-se o restaurant­e Ishi by Kyoto House, que apresenta «um conceito mais premium». Também tem rodízio, além de menus de degustação e de almoço, entre outras propostas. Mas recorre a produtos «mais extravagan­tes», como vieiras ou salmão selvagem, a atmosfera é mais privada e tranquila, e existe um maior cuidado com a apresentaç­ão, empratamen­to incluído – a propósito, os pratos são de pedra. Encerra ao domingo.

07 ATENAS | 84/88

A francesinh­a do Atenas (9,30 euros, com ovo e batata frita caseira) sai a toda a hora: passa das 16h00 de um dia de semana e ela continua a ser servida. A fama foi crescendo. «Nunca se fez publicidad­e», recorda o gerente, José Quintans, que introduziu o prato na carta em 2002, quando ficou com a concessão daquela «casa emblemátic­a de 1962, muito conhecida na cidade». O bacalhau à Brás e o bife da vazia à Atenas, feito em azeite e alho, são outros motivos para querer ocupar um dos seus 60 lugares. Encerra ao domingo.

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