TEATRO DE RUA EM SANTA MARIA DA FEIRA
SANTA MARIA DA FEIRA O Imaginarius está de volta ao centro histórico, que recebe mais de 300 artistas de 17 países, e muito público, de 24 a 26 de maio. São três dias para ver teatro de rua e conhecer a cidade. O carro pode (e deve) ficar estacionado.
Um roteiro de restaurante e bares para quem quer usufruir da boémia do centro histórico.
OImaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira está à porta e as ruas do centro histórico ganham uma outra vida como se o coração palpitasse debaixo dos pés. Dentro de dias, as janelas da Rua Dr. Roberto Alves (Rua Direita) estarão decoradas com colchas trabalhadas com ponto de cruz pelas mãos de crianças do 1º ciclo. As ruas transfiguram-se de 24 a 26 de maio.
Manuel Plácido, de 87 anos, dono da Casa Plácido, uma loja que vende quase tudo – isqueiros, cremes, detergentes, balanças, relógios –, no centro histórico, habituou-se ao festival, ao intenso movimento, às ruas pejadas de artistas. «Não há dúvida de que o Imaginarius tornou a terra conhecida. Sou do tempo em que isto era a terra de ninguém e hoje as pessoas já sabem onde fica Santa Maria da Feira», comenta o comerciante que é também pintor e fotógrafo autodidata.
Neste ano, o Imaginarius atinge a maioridade. A 18ª edição traz à cidade 37 companhias, 40 espetáculos, 195 intervenções artísticas e 17 países. Plácido fica contente com a agitação e nem os constrangimentos nas cargas e descargas à porta do seu estabelecimento comercial o incomodam. «Só tenho de regozijar-me com tudo o que contribua para o desenvolvimento intelectual das pessoas e para a projeção da minha terra.»
As ruas estão preparadas para entrar em ebulição. O centro histórico feirense, que se tornou um espaço de diversão noturna com dezenas de bares e restaurantes, será um palco gigante, a céu aberto e gratuito. E no ano em que se celebra o Ano Europeu do Património Cultural, o Imaginarius terá palcos intimistas, em harmonia com o património edificado. «Pela minha parte, encantado com o Imaginarius», diz o senhor Plácido. Assim seja.
O CENTRO HISTÓRICO DE SANTA MARIA DA FEIRA ESTÁ VIRADO PARA A VIDA BOÉMIA, COM MUITOS RESTAURANTES E BARES.
COMER CERVEJARIA CENTRAL
É a primeira aventura na restauração de Miguel Teixeira, designer gráfico, e Nélson Costa, engenheiro civil, e abriu na segunda-feira passada, no Rossio. No longo balcão de madeira, servem-se francesinhas à moda do Porto, pica-pau de porco preto, cebola frita aberta em flor com molho de aioli, pregos no pão, bifes no prato, além de tábuas de enchidos e queijos com nozes e uvas. «É uma cervejaria com um ambiente muito descontraído», resume Miguel Teixeira. A casa é embaixadora da cerveja Bohemia, servida à pressão, e tem também vinhos, cocktails e jarros de 1,5 litros de mojito e caipirinha. A decoração é retro e a localização foi escolhida a dedo. No coração da cidade.
Largo de Camões Tel.: 256040920 Web: Facebook.com/cervejariacentral18 Das 12h00 às 15h00 e das 19h00 às 23h30. Sexta e sábado das 12h00 às 02h00. Encerra ao domingo. Preço médio: 11 euros
PRACETA
Todos os anos, Miguel Bernardes leva os dez funcionários a viajar. Florença, Roma, Berlim e Madrid foram os destinos do ano passado. Londres, Bruxelas, República Checa e Áustria estão na lista para 2018. E a cozinha do Praceta, restaurante no centro histórico que faz lembrar um pátio de infância, reflete essas viagens em equipa. De lá saem pizas e pastas de Itália, costeletão com flor de sal, feijão-verde, azeite e alecrim, inspirado num prato de Berlim, camarão tigre no forno, deitado em pão da avó, influência de Florença. «É a cozinha das boas memórias que trazemos das viagens.» E não só. Há também memórias de criança: a alheira de caça à moda da avó e o tinto que cheira a vinho doce. A cozinha é totalmente aberta e tem forno a lenha. Nas sobremesas, sobressai um sapato de Cinderela de chocolate com maracujá e frutos silvestres. Experiências e recordações em vários pratos cozinhados e servidos por gente que anda pelo mundo.
Rua das Fogaceiras, 15 Tel.: 256305245 Web: praceta.pt Das 12h00 às 15h00 e das 19h00 às 23h00. Encerra à segunda. Preço médio: 25 euros
AQUARELA
Neste projeto de Santiago e Bianca, combinam-se sabores de diferentes geografias. Há pratos com carne grelhada na brasa, picanha, presunto ibérico e queijos artesanais. Os peixes que chegam do mar também saltam para a grelha. Cogumelos à Bulhão Pato, tortilha à espanhola, polvo à galega e pratos vegetarianos são outras das sugestões. Ao fim de semana, destacam-se os menus familiares de almoço, com peixes ao sábado e carnes grelhadas ao domingo. O sal rosa do Peru e o sal negro do Havai são ingredientes usados na cozinha e a mousse de iogurte de soja com morangos, manga e crocante faz parte dos doces.
Travessa do Jornal Correio da Feira, 127 Tel.: 256026379 Web: aquarela.com.pt Das 12h00 às 14h30 e das 19h30 às 23h00. Não encerra. Preço médio: 20 euros
SAIR DOM PETISCO
Ao estilo de pub irlandês, o Dom Petisco é um ponto de encontro de várias gerações para um copo ao fim da tarde ou pela noite dentro. Passou de mão em mão, mantendo a identidade na sua casa amarela. Há cinco anos, Paula Almeida e Duarte Pais tomaram conta do espaço. «É um bar café ou um café bar», diz Paula. Ao fim de semana serve pequenos-almoços, vários petiscos e bifanas. À noite, é sobretudo rock que sai da pequena cabina do DJ.
Avenida 25 de Abril, 21 Tel.: 256069741 Das 08h30 às 00h00; sexta e sábado das 13h00 às 04h00; domingo das 14h00 às 00h00. Preços: cerveja (fino) a 1,10 euros (1,3 ao fim de semana)
LUSITANO
Um bar no primeiro piso e uma taberna no rés-do-chão. Música pop rock em cima, petiscos em baixo. Cocktails, cervejas artesanais, gins, no bar. Pica-pau, asinhas de frango, ovos mexidos, costelinhas de anho, chouriço a arder e presunto na taberna. O Lusitano é um espaço para comer, beber e dançar.
Rua Elísio de Castro, 17 e 19 Tel.: 224901002 facebook.com/lusitano-bar Taberna das 17h00 às 02h00. Bar das 21h00 às 02h00; sexta e sábado até às 04h00. Encerra à segunda-feira. Preços: cerveja 1,3 euros, cervejas artesanais desde 2,5 euros, bebidas brancas 4,5 euros. Preço médio na taberna: 10 euros.
TABERNA 66
A mítica Route 66, estrada que atravessa os Estados Unidos, é o ponto de partida. As imagens e os objetos decorativos remetem para a cultura americana em que rock'n'roll é rei. Nesta taberna, pensada por Sandro Silva, ouve-se sobretudo rock dos anos 1960 e 1970 e bebe-se cerveja, vinho e cocktails. É um bar com portas abertas para a rua, onde mora a Betty Boop e onde se quer que os decibéis não estraguem as conversas.
Rua Dr. Roberto Alves, 30 Facebook.com/taberna66 Das 19h00 às 02h00; sexta e sábado até às 04h00; domingo das 16h00 às 02h00. Encerra à segunda. Preços: cerveja 1,3 euros, bebidas brancas desde 4 euros, copo de vinho 2 euros
PRAÇA VIVA
É um pub tradicional numa versão moderna com cocktails de frutos frescos e ervas aromáticas. Fica na praça central e conta com generosa esplanada. O pop rock dos anos 1980 e a música ao vivo à sexta-feira fazem-se ouvir neste edifício que data de 1840. Há gins, vodkas, rums e whiskeys e também serviço de snacks a qualquer hora do dia ou da noite: salmão fumado, tostas de presunto e queijo, prego no pão, hambúrgueres e cachorros.
Praça da República, 8 Tel.: 965714046 facebook.com/pracavivabar Das 08h00 às 02h00. Sexta e sábado até às 04h00. Cocktails entre 5 e 9 euros. Finos a 1,3 euros ao fim de semana.
SIDE WAYS
O teto está coberto de bilhetes e cartazes de concertos, de Madonna a Bauhaus, de Led Zepplin a Ramones. Uma das paredes tem capas de discos. A música navega pelo o pop, o rock e a música alternativa. As bebidas são de gama média e alta com uma variada oferta de gins. De dia, é café com esplanada para a praça e à noite é bar para dançar.
Largo Dr. Gaspar Moreira, 15 Tel: 916291212 Web: facebook.com/sidewaysirishpub Das 09h00 às 02h00. Sexta e sábado até às 04h00. Domingo das 14h00 às 02h00. Não encerra. Preços: cerveja 1,5 euros, gins e bebidas brancas desde 5 euros
VISITAR UM CASTELO MEDIEVAL E UM MERCADO DESENHADO POR TÁVORA
É no alto da cidade que mora o ex-líbris deste território com história. O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais belos exemplares da arquitetura militar medieval do país e chegou a ter o palacete dos condes da Feira dentro das muralhas. Hoje, restam apenas algumas ruínas desse edifício do século XVII, mas o monumento preserva a praça de armas, dois salões, quatro torres e uma capela. No centro histórico está o mercado municipal desenhado pelo arquiteto Fernando Távora, uma obra que se iniciou em 1953 e terminou seis anos depois. E tem dedo de outro arquiteto: os apontamentos de mosaicos no chão são de Siza Vieira. Este monumento de interesse público tem mais vida além da venda de legumes e frutas. Também recebe atividades culturais e o Imaginarius vai apresentar ali '140 Mil Memórias', instalação construída em torno das recordações de várias gerações de Santa Maria da Feira (concelho com 140 mil habitantes, daí o número). Durante três meses, recolheram-se histórias, objetos, imagens e sons para este trabalho feito de vídeos e fotografias.
Castelo de Santa Maria da Feira Tel.: 256372248. Das 09h30 às 12h30; sábados e domingos das 10h00 às 12h30 e das 13h30 às 18h30. Encerra à segunda. Preço: 3 euros (adultos); 1 euro (6 aos 15 anos), 1,5 euros (>65 anos).
FICAR FEIRA HOSTEL & SUITES
Os quartos são luminosos e inspiram-se em monumentos feirenses. No piso superior encontra-se a camarata mista com 14 camas em beliches. Há ainda um terraço de onde se vê o castelo, a igreja e o convento. Carla Marques transformou o antigo edifício, outrora armazém de armas da resistência na altura das Invasões Francesas, num hostel e restaurante (no rés-do-chão). Nas traseiras, há esplanada e uma horta biológica.
Rua Dr. Elísio de Castro, nº 22 Tel.: 256318004 Web: facebook.com/pg/feirahostelsuites Quarto para duas pessoas a partir de 50 euros (59 euros ao fim de semana). Cama em dormitório 16 euros. Pequeno-almoço incluído. Preço médio do restaurante: 15 euros
HOSTEL DA PRAÇA
Reza a história que algumas pedras do edifício foram sobras da construção do Castelo da Feira. Vários séculos depois, há um ano, surgiu ali um hostel e um bar com esplanadas à porta e nas traseiras. Rui Cavaco percebeu que o centro histórico precisava de um hostel, e por isso restaurou o prédio do século XIX e deu-lhe um novo ar com 13 quartos, sete partilhados com oito camas, seis suítes com camas extra, três com kitchenette, num total de 83 camas com nomes de praças de várias partes do mundo. Neste ano, o hostel é o ponto de encontro dos profissionais do Imaginarius.
Praça da República, 6 Tel.: 256338186 Web: facebook.com/hosteldapraca Preços: quarto duplo a partir de 37,5 euros; cama em camarata a partir de 13 (sem pequeno-almoço; mais 2,5 euros por pequeno-almoço).