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UMA PRAÇA COM HISTÓRIA NO CORAÇÃO DA BAIXA

COIMBRA Na Praça do Comércio, também conhecida como Praça Velha, há negócios com dezenas de anos e outros mais recentes, duas igrejas e uma história de séculos, envolvendo até um Hospital Real. Tudo no centro da cidade dos estudantes. TEXTOS DE CARINA FON

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APraça do Comércio - ou «Praça do commercio», como se lê numa placa que perdura neste lugar da Baixa de Coimbra - foi, desde tempos longínquos, um espaço de trocas comerciais e atividades artesãs. Nela se encontra, ainda hoje, lojas tradiciona­is e outros negócios mais recentes, além de história e património. Ali funcionou o Hospital Real, fundado em 1508 por D. Manuel I, estando o claustro, a capela e demais dependênci­as ocupados por casas comerciais, segundo informaçõe­s da Câmara Municipal. Num extremo da praça mantém-se a Igreja de S. Tiago, construção

românica do final do século XII, e noutro a Igreja de S. Bartolomeu, com origem no século X, mas remodelada nos séculos XII e XVIII. Esta já foi, aliás, designada Praça de S. Bartolomeu, tendo ficado conhecida como Praça Velha após a inauguraçã­o do Mercado D. Pedro V, em 1867. l

01 JORGE MENDES DECORAÇÕES, 19

Nesta loja de têxteis e decoração de interiores há sobretudo cortinados e carpetes, mas também estores, almofadas, tecidos. «A base da firma é o nome, que tem quase 100 anos», diz Jorge Manuel Mendes, de 87 anos, 70 passados a trabalhar na «casa de prestígio» fundada

pelo pai e que já vai na quarta geração. Aqui, no lugar do antigo hospital, fica o espaço principal. Encerra sábado à tarde e domingo.

02 CONDE GALERIA, 38

Arte contemporâ­nea e «peças com história» recheiam esta galeria, inaugurada há mais de três anos pelo fotojornal­ista e colecionad­or Carlos Jorge Monteiro, conhecido como Cajó. Logo à entrada estão os mais diversos objetos, como cavalinhos de madeira, seiras, candeeiros, discos de vinil, relógios e fotografia­s. Nas paredes, sobretudo no primeiro andar, encontram-se vários quadros, de artistas como Mário Silva, Filinto Viana ou Pedro Olayo (filho). Atualmente, acolhe uma exposição de homenagem a este último, falecido há um ano. Abre todos os dias, exceto domingo.

03 CASA CONFIANÇA, 43/45

Maria da Conceição Pereira está há 50 anos nesta casa, que diz ser centenária. Começou como empregada de balcão e hoje é responsáve­l pelo negócio. Têxteis-lar, tapeçarias, cortinados, almofadas e bordados compõem a oferta, que tanto atrai clientes habituais como turistas. O que faz a diferença são «o atendiment­o personaliz­ado e a variedade de artigos», não duvida. Além de que «as pessoas estão a ficar saturadas dos centros comerciais». Encerra ao domingo.

04 TIME 2BE SMART, 49

É uma loja de presentes originais, decoração e brindes para casamentos e outras ocasiões festivas, aberta, há dois anos, pelo casal Bruno Gonçalves e Joana Lopes. São «artigos diferentes e divertidos», para «pequenos, médios e graúdos», com preços que vão dos 50 cêntimos aos 20 euros, podendo atingir valores mais elevados, tratando-se de encomendas especiais. Molduras, almofadas, mealheiros, cadernos e sacos ocupam as prateleira­s, mas o que tem mais saída são «as canecas e os jogos de shots, para os estudantes». Encerra sábado à tarde, domingo e nos feriados.

05 LUCA, 60

Manuel Batista e Alison Potts são o casal por trás deste pequeno café-restaurant­e com esplanada. A casa tem dois anos e no que respeita à ementa, dispensa os fritos e dá preferênci­a a uma comida mais leve e saudável. Entre as propostas contam-se quatro pratos principais, petiscos (muitos deles de criação própria), saladas, tostas e até uma piza de leitão. Funciona todos os dias, exceto domingo.

06 COMÉRCIO DA PRAÇA, 75

A praça está mais musical desde a inauguraçã­o recente deste bar com petiscos portuguese­s, alguns deles atualizado­s. Chouriço em vinho tinto, folhados de queijo do Rabaçal com mel e nozes ou orelha de porco em vinagrete são algumas sugestões do chef Paulo Queirós, responsáve­l pelo restaurant­e Cordel Maneirista. Neste seu novo espaço, preparado para receber eventos culturais e não só, há ainda cervejas, sangrias, cocktails e alguma doçaria conventual. Encerra à quarta.

07 OURIVESARI­A CATARINO, 89

Brincos, colares, medalhas, anéis, pulseiras e relógios espreitam do interior da Ourivesari­a Catarino. Do lado de lá do balcão, Jorge Catarino, que dá continuida­de a este negócio familiar, conta que a casa, fundada em 1949, dispõe de oficina de ouro e prata e faz reparação de relógios mecânicos. Também faz anéis de curso e foi das primeiras da área a furar orelhas, serviço que mantém (cada furo custa 3 euros). Encerra sábado à tarde e domingo.

08 ÍCONE: ARTE URBANA

Da praça vê-se um mural, num edifício azul. Está ligado à reabertura do Convento São Francisco, em 2016: a Câmara desenvolve­u o projeto de arte urbana FIO | Memórias como Matéria-prima, focado na memória do trabalho na Fábrica de Lanifícios de Santa Clara, e nesse âmbito o artista Samina pintou os rostos de antigos proprietár­ios e trabalhado­res, os últimos a habitar o convento.

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