Evasões

PASSADIÇO DE AVEIRO

- SDO

Aria de Aveiro é uma caixinha de surpresas que não surgem apenas à superfície dos canais do centro da cidade, por onde circulam os moliceiros. Esta imensa extensão de água tem vida própria e segredos escondidos nas suas profundeza­s que, ao sabor da maré cheia ou da maré baixa, se mostram a quem por ali passa com os pés assentes num circuito novinho em folha. Há pormenores para vislumbrar no passadiço de Aveiro, ao longo de sete qui- lómetros, em trilhos de madeira ou em terra batida até Esgueira (ida e volta, o dobro dos quilómetro­s).

O percurso acompanha a ria e mostra cenários que mudam consoante o tempo, a vontade das águas, a luminosida­de que cai do céu, e o pôr do Sol é um momento de rara beleza e tranquilid­ade neste passeio. Há barcos naufragado­s na ria, pequenas ilhas com velhas casas que guardavam as marinhas que agora estão submersas, lamas e algas, fauna e flora, moliceiros e um barco a energia solar que consegue chegar a locais mais recônditos. Há toda uma vida a acontecer.

A natureza foi generosa para estes lados, a salicórnia cresce como lhe apetece e as andorinhas-do -mar, os pernas-longas e as garças andam por ali, nas suas acrobacias. São tesouros naturais que de longe se fazem perto e que podem ser observados num passadiço estrategic­amente localizado como se,

O PERCURSO ACOMPANHA A RIA E OS CENÁRIOS QUE MUDAM CONSOANTE O TEMPO.

por momentos, fosse uma extensão da própria ria.

E não é tudo, porque não há só água doce e salgada neste passeio. Há floresta, pinhais, árvores, sapais, painéis informativ­os e bancos de madeira para esticar as pernas e respirar ar puro. Por onde começar? Por onde apetecer. No antigo cais de São Roque, não muito distante da estação de comboios de Aveiro, no cais da Ribeira de Esgueira, ou em Vilarinho, freguesia de Cacia. A pé ou de bicicleta.

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