TAPETES ARTESANAIS NO PORTO
O projeto GUR, de tapetes feitos em tear manual a partir de desenhos de artistas, divide casa com a galeria Senhora Presidenta e convida toda a gente a entrar. Os cães também são bem-vindos.
A GUR, nova loja no Bonfim, vende tapetes de autor e alberga também a galeria de arte Senhora Presidenta.
Éuma loja-galeria que alberga dois projetos: o GUR e a galeria Senhora Presidenta. Nesta casa partilhada, aberta ao público desde o passado dia 15, e com ateliê incorporado, todos são bem-vindos, incluindo os animais de estimação. O cão Xuxo acompanha a designer Célia Esteves, responsável pelo GUR – rug (tapete, em inglês, ao contrário), porque é de tapetes que trata. São feitos em tear manual, com base em desenhos de ilustradores e artistas convidados.
Tudo começou com a participação de Célia numa exposição coletiva que fazia a ponte entre arte-
sãos e jovens designers, na sua cidade de origem, Viana do Castelo, o que a levou a criar um tapete com a tecedeira Cláudia Vilas Boas. Ficou tão entusiasmada com essa colaboração, que decidiu continuar – até hoje. «O que me atraiu foi pegar num objeto tão comum, o tapete de trapos, e transformá-lo numa coisa
mais diverti-
da, conceptual e com design», conta. Isto sem perder de vista a recuperação da técnica e a questão da produção manual.
Os preço dos tapetes GUR começa nos 90 euros, podendo atingir os dois mil, consoante o formato e os materiais usados: algodão, algodão e linho ou lã. Na coleção mais recente, que está na loja-galeria, Célia trabalhou pela primeira vez com lã e com os Tapetes de Beiriz, da Póvoa de Varzim. Os artistas que colaboram são Nicolas Burrows e William Luz, do coletivo Nous Vous, de Inglaterra, os mesmos que assinam a exposição Abstract Waffle, essa da responsabilidade da Senhora Presidenta, um projeto de três amigos que estudaram na Faculdade de Belas-artes do Porto: Dylan Silva, Mariana Malhão e Luís Cepa.
O nome da galeria vem do tempo em que Dylan e Mariana partilhavam ateliê no Bolhão e, por piada, inventavam histórias para as gaivotas que de lá avistavam. A Senhora Presidenta seria, pois, uma gaivota de ar altivo, pouco condizente com este lugar luminoso e descontraído, que, além de ser montra de publicações independentes, ilustração, cerâmica, fotografia e outras peças de autor, com preços que começam em dois euros (postais), foi pensado para acolher workshops, sessões de cinema e demais eventos. Os novos voos estão só a começar. l