Evasões

RODOLFO TRISTÃO

- DIRETOR DE VINHOS DOBELCAN TOE GRUPO AVILLEZ

Das vindima caseiras no Cartaxo à taberna dos avós, a vida de Rodolfo Tristão sempre esteve ligada ao vinho, mesmo quando pensava que o seu futuro seria o de jogador de futebol. Trocou a União de Santarém pela Escola de Hotelaria faz quase 20 anos e, desde então, nunca mais olhou para trás. Inspirado por João Pires, chegou a ir para Londres trabalhar com o master sommelier. «Para onde ele ia, eu ia lá ter, desde o Vineyard com a maior carta de vinhos de Inglaterra ao Capital Hotel», recorda. «Londres era e é a cidade do mundo dos vinhos e, por não ser produtora, chegava lá de tudo. Todos os dias havia master sommeliers, sommeliers sentados à mesa a jantar e personalid­ades como Jancis Robinson.» Acabaria por regressar a Portugal, onde foi presidente da Associação de Escanções e hoje é respon- sável pela carta de 200 referência­s do dois estrelas Michelin Belcanto e pela equipa de sommeliers do Grupo Avillez.

«Pensei seguir os passos do João, mas a vida leva-nos por outros caminhos e pensei que ou tinha família ou não tinha. Para ir atrás deste sonho é preciso viajar muito e trabalhar para uma entidade que valorize o estar fora.» É exatamente isso que passa aos seus escanções nos restaurant­es de José Avillez, onde tem a função de diretor vínico.

A humildade e a discrição são duas das carateríst­icas que não se cansa de sublinhar. «Acho que podemos educar sem nunca dizer que o cliente está errado. E sobretudo ter noção de que o que importa é a sua experiênci­a. Temos um senhor que vem ao Belcanto e pede champanhe num copo balão com gelo. Se ele gosta, se se sente feliz... isso é tudo o que importa.»

NÚMERO DE VINHOS NA GARRAFEIRA DE CASA? Cerca de 40 garrafas. VINHO MAIS ANTIGO QUE TEM? É de 1979 porque para o ano faço 40 anos e vou abri-lo. UM VINHO QUE NÃO LHE SAI DA CABEÇA? Chateaux Margaux, 1986. TENDÊNCIA NO MUNDO DOS VINHOS? Naturais, com menos intervençã­o.

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