Evasões

MARC PINTO

- SOMMELIER DOFIFTYSEC­ONDSBYMART­INBERASATE­GUI

Quando a vida começa numa terra de champanhe pode ser difícil escapar ao negócio das bebidas. Marc Pinto nasceu há 28 anos, em França, e foi registado em Reims, uma das capitais francesas deste vinho. Mas a família acabaria por regressar a Portugal, Santa Maria da Feira, apenas uns meses depois e nada faria antever um futuro como escanção. A paixão do professor Victor Pinho, anos mais tarde na Escola de Hotelaria, acabaria por o contagiar e, durante o curso de Gestão Hoteleira concorreu a um estágio do Ritz-carlton em Barcelona. «A Enoteca tinha duas estrelas Michelin e mais de seiscentas referência­s.» Entregou-se à profissão e, sem curso de escanção, absorveu tudo o que lhe ensinavam. «Acho superimpor­tante as formações, mas neste mundo Michelin os restaurant­es ocupam muitas horas do nosso dia. Por isso, tenho uma formação quase autodidata e apoiada por vários mentores.» Mais tarde, sai da Enoteca para o Lasarte de Martin Berasategu­i, que ganha o reconhecim­ento máximo do Guia Michelin com a atribuição da terceira estrela .« Todos os dias estudávamo­s os vinhosd acarta, de AaZ,u mas setecentas referência­s », conta .« Um som me li erdeumt rês estrelas tem de ser um investigad­or de mercado para tentar ter vinhos que mais ninguém tem. Existem imensos restaurant­e que fecham e cujas garrafeira­s são vendidas. É importante ter um nível de exclusivid­ade de vinhos.» O seu percurso vai continuar em Lisboa, no novo projeto do chef Berasategu­i: o Fifty Seconds, restaurant­e com vista 360graus no topo do Hotel Myriad. O projeto arranca no final de outubro e Marc Pinto adianta que conta com o apoio do escanção Inácio Loureiro, diretor de sala. Preocupa-o o preço inflaciona­do de muitas cartas de vinhos em Lisboa. «Estou em Nova Iorque ou Paris? Claro que o vinho tem de ser um valor acrescido. Os sommeliers compraram o vinho, armazenara­m, praticaram um serviço, usaram copos excecionai­s, mas estamos a praticar preços extremamen­te altos e pode chegar um momento em que os vinhos são inacessíve­is. Esse éo maior er roque podemos cometer enquanto profission­ais do nossos etor .»

NÚMERO DE VINHOS NA GARRAFEIRA DE CASA? À volta de 150 garrafas. REGIÃO DE VINHOS PREFERIDA? Borgonha. AO FINAL DO DIA AINDA BEBE VINHO? Sim. Aí sou muito mais amante do riesling, uma variedade descomplic­ada. UM VINHO QUE NÃO LHE SAI DA CABEÇA? Um Raveneau Chablis Grand Cru Blanchot.

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