Evasões

IVO PERALTA

- SOMMELIERD­OEPUR

Começa a provar vinhos aos 15 anos, na marisqueir­a dos pais, na Aldeia do Meco, em Sesimbra. Não gostava de estudar, diz, mas hoje ninguém acredita ao vê-lo com os flashcards, os cartões de consulta que muitos sommeliers utilizam para preparar as provas. «Vejo quando estou no metro, vejo se estiver trânsito, eéaform amais fácil de mep reparar. Estes concursos são uma forma de não perder o foco», conta o sommelier do Epur de Vincent Farges, que aos 27 anos vai representa­r Portugal no Concurso Internacio­nal de Escanções 2019. Estuda todos os dias três horas, depois de organizar a cave, gerir o stock e preparar os vinhos para o menu de degustação desse dia do Epur. «Estava na Fortaleza do Guincho quando o convite do Vincent surgiu eédesafian te pensar em harmonizaç­ões numa carta que muda todos os dias», explica Ivo, que aca- bou de regressar de férias, vindo da Toscana. As suas viagens são para regiões vínicas, para conhecer produtores e ir também a provas. «Temos de saber identifica­r vinhos do mundo inteiro e esse é um investimen­to muito grande», conta. «Por vezes juntamos um grupo de escanções, cada um compra uma garrafa de uma região diferente e conversamo­s sobre o vinho.»

Não esconde o sonho de um dia poder vir a ser master sommelier, até porque a sua inspiração vem de João Pires, mas sabe o árduo trabalho que tem pela frente. Ainda assim, a crescente popularida­de do serviço de vinhos está a seu favor. «Acho que as pessoas começam a ficar cansadas de ir a um restaurant­e e ser o empregado de mesa que lhe serve o vinho, sem o mínimo de cuidado. Aqui grande parte dos clientes nem olham para a carta de vinhos e confiam. É um grande passo que estamos a dar.»

REGIÃO PREFERIDA DE VINHOS? Borgonha BRANCO OU TINTO? Branco. VINHO QUE NÃO LHE SAI DA CABEÇA? Marchese Antinori Vin Santo del Chianti Classico, Toscana. FERRAMENTA INDISPENSÁ­VEL A UM SOMMELIER? Um copo da Riedel.

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