BEATRIZ MACHADO
Não é sommelier, nunca foi, nem está nos projetos, porque não é essa a sua área – apesar de os escanções do The Yeatman serem formados por si. Foi no Porto que Beatriz Machado nasceu e onde estudou Engenharia Alimentar na Universidade Católica do Porto, com uma especialização em vinho. Não tardou a dar aulas na própria faculdade, antes de rumar à Universidade da Califórnia em Davis para tirar um mestrado em Viticultura e Enologia. Um curso de excelência que só recebe oito alunos ao ano e cujas propinas ascendem a 44 mil dólares. «Tive de ganhar as bolsas todas», conta Beatriz. Foi no regresso a Portugal que se propôs tomar conta da operação vínica do The Yeatman e restante grupo da The Fladgate Partnership, como wine director. «No fundo um wine director tem uma equipa de sommeliers que fazem o serviço de vinhos. Eu não sou escanção, mas já tive essa função.» Foi, em 2010, quando o hotel abriu as portas que Beatriz definiu as diretrizes pelas quais se guia ainda hoje a equipa de oito sommeliers.
«Fiz muitos erros à frente da minha equipa que era de hotelaria, mas juntos conseguimos encontrar um procedimento de serviço que é único. O futuro é evolução e o escanção de há vinte anos é diferente.» Para Beatriz, é preciso desmistificar cada vez mais o vinho e falar mais para o consumidor do que para o comercial e perceber as suas preferências. «Se lhe perguntamos qual é o vinho preferido e disser apenas tinto ou branco; se já disser uma referência ou um ano; ou se falar apenas em rótulos... Tudo nos permite conhecê-lo melhor. É um jogo, uma investigação ao estilo Poirot», diz. E reforça: «Mais eficaz do que que uma harmonização entre comida e vinho é um pairing entre pessoa e vinho.»
QUANTOS VINHOS NO THE YEATMAN? 1300 referências. BRANCO OU TINTO? Branco. É muito mais difícil fazer um bom branco. PEÇA FUNDAMENTAL PARA SERVIR VINHO? Garrafa porque num decanter não é a mesma coisa. REGIÃO PREFERIDA? Pfalz, Alemanha e Wachau, Áustria. VINHO QUE PROVOU E NÃO LHE SAI DA CABEÇA? Boal 1980 madeira.