Partidos querem ouvir 46 entidades sobre a reforma da floresta
Os partidos querem ouvir 46 entidades em sete dias para fechar a reforma da floresta. Esta contabilização resulta das várias listas entregues pelos partidos ao coordenador do novo grupo de trabalho criado para agilizar a reforma da floresta e elimina já as repetições de entidades que mais do que um partido têm interesse em chama . A metodologia e calendário das audições vai ser definida na reunião marcada para as 16:00 desta segunda-feira. Até dia 5 de Julho, os deputados reservaram tempo para as audições, tendo agora de decidir que entidades serão ouvidas e se algumas delas poderão ser auscultadas por escrito, em vez de presencialmente. Só depois de ouvidos os especialistas e entidades ligadas à floresta, os deputados irão apresentar propostas de alteração ao pacote de oito diplomas que está na comissão parlamentar de agricultura e mar e que vai ser votado a 19 de Julho. A Confederação Nacional de Agricultores (CNA), a Confragri - Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais, a Baladi - Federação Nacional dos Baldios, a Associação Nacional de Municípios e a Forestis - a Associação Florestal de Portugal são algumas das entidades presentes em quase todas as listas. No entanto, é possível encontrar diferenças entre as várias listas. O PSD é o único a chamar empresas de papel como a The Navigator Company e a Altri. O PS quer ouvir um conjunto amplo de entidades que vão desde a CELPA - a Associação da Indústria Papeleira Portuguesa à Quercus. Só o CDS pede para chamar a Liga Portuguesa dos Bombeiros e a GNR. À esquerda, PCP e Verdes querem ouvir a Acréscimo - a Associação de Promoção ao Investimento Florestal, entre outras entidades, e o Bloco é o único que chama presidentes de câmara. O Presidente da República pressionou o Parlamento a apressar a reforma da floresta, mas o diploma do Governo para travar a expansão do eucalipto está a impedir um consenso, deixando o PS para já sem apoio parlamentar para viabilizar o diploma. O concurso lançado este mês pelo Governo para plantação de eucaliptos foi já criticado pelo Bloco de Esquerda que desafiou o Executivo a suspender o concurso. O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, rejeitou, argumen- tando que se trata de um concurso para “reinstalar” eucaliptos de forma ordenada. Além deste concurso, que dá um apoio de 9 milhões de euros, o Governo lançou outros dois nos mesmos valores para as fileiras do sobro e do pinho. Segundo este ministério, em comunicado ontem divulgado, na proposta de reforma florestal são proibidas novas plantações de eucaliptos, “excepto em áreas de povoamentos já existentes e mediante planos de gestão e ordenamento previamente aprovados”. O gabinete de Capoulas Dantos adianta que “a política florestal do Governo determina que os apoios à florestação ou reflorestação só são concedidos se os projectos estiverem integrados em povoamentos geridos e ordenados”.